Todo corinthiano cansou de ouvir provocação sobre a falta da Libertadores, desde comparações com seriado “Chaves” (onde todo mundo sabia o que aconteceria no final), até diversos gritos de que nunca veríamos esse troféu. Ano a ano a frustração aumentava e parecia que era verdade, que esse troféu nunca chegaria ao Parque São Jorge. Até que chegamos ao ano de 2012.
Após uma eliminação traumática na fase preliminar do torneio em 2011, a torcida estava desconfiada mesmo que o time tivesse acabado de conquistar o Brasileirão. A equipe era boa. Entretanto existia aquele receio de que novamente ficaríamos pelo meio do caminho.
Fase de grupos
O grupo do Timão foi relativamente fácil. Os adversários foram Deportivo Táchira-VEN, Cruz Azul-MEX e Nacional-PAR.
Os venezuelanos do Táchira surpreenderam o Corinthians ao empatarem com na partida de ida, mas tomaram um sonoro 6 x 0 no Pacaembu. O Nacional foi derrotado nas duas vezes, e o adversário mais difícil foi o Cruz Azul. Os mexicanos seguraram um empate em casa, porém foram derrotados por 1×0 em São Paulo.
Oitavas de final
Após um bom começo de torneio, o Corinthians preocupou a Fiel com seu goleiro. Júlio César, que havia feito um ótimo 2011, passou a gerar desconfiança após uma falha na eliminação do Campeonato Paulista. 2012. aí que o Gigante Cássio entrou, e foi decisivo contra o Emelec do Equador, segurando um empate em 0 x 0. Na volta, o alvinegro se classificou após uma vitória por 3 x 0 em São Paulo.
Quartas de final
O Corinthians comemorava a passagem pelas oitavas, coisa que não acontecia desde o início dos anos 2000, quando soube que enfrentaria o Vasco da Gama, campeão da Copa do Brasil de 2011.
A partida no Rio foi bastante disputada e acabou num empate em 0 x 0. A decisão ficou para o Pacaembu. E que decisão. No jogo do famoso gol do “PQPaulinho”, houve também a icônica defesa de Cássio no chute de Diego Souza. Nesse lance, o estádio se calou após Alessandro perder a bola e só foi se manifestar novamente ao pular de alegria quando o goleiro corinthiano assegurou a passagem para a semifinal!
Semifinal
O penúltimo adversário corinthiano foi o Santos de Neymar, campeão da Libertadores de 2011.
Na Vila Belmiro Emerson Sheik fez o golaço que acabou por ser decisivo na classificação. Após vencer por 1 x 0 fora de casa, o Corinthians passou pelo Santos com um empate em 1 x1. Neymar abriu o placar no primeiro tempo, mas Danilo fez questão de mostrar que o Timão não estava para brincadeira.
A grande final
O último adversário do torneio foi um para ninguém botar defeito, o maior bicho papão da Libertadores dos últimos 20, 30 anos: Boca Juniors.
Com toda a pressão da Bombonera, o Timão segurou o 0 x 0 no primeiro tempo, mas tomou um gol de Roncaglia depois do intervalo. Porém, no segundo tempo teríamos a expressão que mais animou os corinthianos em 2012: “Olha o Romarinho!”. Substituindo Danilo, Romarinho fez o gol de empate um minuto após entrar em campo, depois de uma bela jogada de Emerson Sheik.
Todos estavam apreensivos com a partida de volta, mas o time vinha embalado e a torcida estava muito animada. E com razão! Mesmo com o Boca começando melhor no Pacaembu, o Timão tomou o controle da partida porém os gols saíram apenas no segundo tempo. Após uma cobrança de falta. Jorge Henrique desviou levemente de cabeça, Danilo ajeitou de calcanhar e Emerson Sheik estufou as redes. O Boca se perdeu a partir daí e, num vacilo numa troca de bolas no meio de campo, Emerson interceptou um passe e correu para marcar o segundo e último gol corinthiano da noite.
A vitória era nossa. Finalmente conquistamos o tão desejado troféu, e da melhor maneira possível. Passamos pelos campeões da Copa do Brasil 2011, da Libertadores 2011 e pelo maior Bicho Papão do torneio, tudo isso para vencer o campeonato de maneira invicta e com a segunda melhor defesa da história do campeonato. Uma conquista das mais marcantes da história da competição, com toda a certeza.
A noite teve mais fogos que muita comemoração de virada do ano, mas com mais emoção. Era a festa da nossa Libertação.