A altitude será um dos adversários do Corinthians na estreia na Libertadores na próxima terça-feira, contra o Always Ready, time da Bolívia. Por isso, além dos onze jogadores rivais em campo, o Timão estará respirando ares 3.600 metros acima do nível do mar.
A partida acontecerá no estádio Hernando Siles, em La Paz. O campo fica 3.600 metros acima do nível do mar – a cidade de São Paulo fica a 760 metros. Pra sorte do Corinthians, o jogo não será no estádio do Always Ready, que fica a 4.090 metros de altitude. Portanto, o Timão estuda qual planejamento seguir até o jogo.
Em 2013, por exemplo, no jogo em Oruro contra o San José, o time foi para o local do jogo em cima da hora. Essa é a opção mais comum e a mais provável para ser feita nessas partidas. Além disso, o presidente Duilio Monteiro Alves, em entrevista após a semifinal do Paulistão no último domingo, falou sobre o assunto.
– Existe a possibilidade de ficar no nível do mar e subir o mais próximo possível da hora do jogo, o que é mais comum de times que vão jogar na altitude – disse o presidente.
Os efeitos da altitude aparecem normalmente depois de um certo tempo nela, por isso é tão comum chegar no local do jogo pouco tempos antes da partida começar. Essa consequência é conhecida como Mal Agudo da Montanha, com sintomas que vão de náusea, ânsia de vômito, falta de ar, sangramento nasal e dor de cabeça intensa.
Altitude é um adversário forte
O time do Internacional foi até La Paz enfrentar o mesmo Always Ready, em 2021. O clube gaúcho, por exemplo, adotou esse planejamento e foi para cidade no dia do jogo. Na ocasião, o time brasileiro foi derrotado por 2 a 0.
A seleção brasileira adotou o mesmo planejamento para o jogo contra a Bolívia, nesta terça-feira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
— As pessoas falam em altitude e citam ar rarefeito e menos oxigênio. Mas não é isso, não é que tem menos oxigênio. É que a pressão parcial de oxigênio cai quanto mais você sobe. Porque a concentração de oxigênio no ar atmosférico é basicamente a mesma, são 20,93% de oxigênio, 79% de hidrogênio e 0,07% de outras partículas — explicou Mahseredjian, preparador físico da Seleção em entrevista ao portal ge.
Mahseredjian, inclusive, era o preparador do Corinthians em 2013 na comissão técnica de Tite, quando o Timão foi até Oruro enfrentar o San Jose.
Enquanto Vítor Pereira aproveita o tempo livre para treinar o time e encarar essa altitude, o Corinthians segue fazendo seu planejamento que deve ser divulgado ainda nesta semana.
Técnico e jogadores sobre jogar na altitude
– O primeiro jogo na Bolívia tem a condicionante da altitude, que também é uma novidade para toda gente, para mim, que nunca joguei com tanta altitude. Não faço ideia do efeito, já joguei a 1500m e senti o efeito. Presumo que vai ser um fator que não posso controlar. Vamos ver como reagir – disse Vítor Pereira em entrevista coletiva.
Paulinho, volante do Timão, também comentou sobre a estreia na altitude.
– Joguei duas vezes na altitude, talvez a que eu senti um pouco de dificuldade em uma segunda parte do jogo foi com a seleção brasileira. Obviamente não é normal para nós, mas temos de enfrentar, encarar o jogo. Não tem outra opção – comentou.
– No jogo da seleção, na segunda parte, eu comecei a sentir. Pelo Corinthians só senti dor de cabeça após o jogo. Na Seleção me senti um pouco cansado, mas no geral por ser um jogo na altitude é diferente – completou.
Veja mais notícias do Timão
+ Após bom início, Paulinho vive má fase
+ Próximo jogo
Corinthians na Bolívia
Por fim, a altitude pode ser uma novidade para Vítor Pereira e sua comissão, mas não para o Corinthians, muito menos para o futebol brasileiro. Relembre abaixo as três vezes que o Timão foi até a Bolívia pela Libertadores:
14/04/1999 – Jorge Wilstermann 1 x 1 Corinthians – Cochabamba, Bolívia, 2.574 metros de altitude;
09/04/2003 – The Strongest 0 x 2 Corinthians – La Paz, Bolívia, 3.640 metros de altitude;
20/02/2013 – San Jose 1 x 1 Corinthians – Oruro, Bolívia, 3.700 metros de altitude;