Temos algumas datas especiais e cada uma delas carrega uma história. Certamente o dia 16 de dezembro será lembrado para sempre na memória do torcedor corinthiano, sobretudo quando recordamos o que a Fiel Torcida fez no Japão. O Japão e o mundo sentiriam o Corinthians pela segunda vez.
O Corinthians já havia ganho o Mundial de Clubes da FIFA no ano de 2000. Doze anos depois a disputa seria no Japão e a expectativa do torcedor era enorme e proporcional a glória da conquista da Libertadores da América em 2012. Assim, a mobilização em torno dessa disputa era enorme e o corinthiano mais uma vez provou ser diferente.
Primeiramente, após a vitória sobre o Boca Juniors foram meses de ansiedade e expectativa. O Mundial de Clubes da Fifa ia se aproximando e as narrativas se multiplicavam. Aquele time, considerado azarão, já tinha casca suficiente para encarar qualquer adversário e isso seria provado. Mas, antes vamos falar de forma breve sobre a atmosfera que precedeu o mundial e de como aquele ano seria especial.
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O Mundial de Clubes da FIFA de 2012: a ida para o Japão
Os dias que se aproximavam da ida do elenco para o Japão foram acompanhados de boas energias que a Fiel emanava. O embarque para o Japão foi um evento e a invasão começou no aeroporto de Guarulhos. Cerca de 15 mil torcedores apoiavam e desejavam uma boa viajem, lotando as dependências do terminal de embarque .
As saudações acompanharam todo o trajeto, desde o CT Joaquim Grava até o Aeroporto. O Corinthians levantava voo rumo ao segunda conquista, contagiado pelo apoio incondicional. Agora, o mundo estaria prestes a ser pintado de preto e branco.
O Mundial de Clubes da FIFA de 2012: a chegada ao Japão
Existia uma certa desconfiança por parte da imprensa e temor por parte dos rivais que o Corinthians conquistasse o mundo novamente. Contudo, a consistência daquele time levava a crer que o título era completamente possível. Nem a saída de Leandro Castan diminuiu o ímpeto da Fiel, que apoiava incondicionalmente.
O “VAAAI CORINTHIANS” era o mantra nos aeroportos. Tanto no Japão quanto onde havia conexões o ritmo era o mesmo, corinthiano se deslocando rumo ao torneio. A chegada no aeroporto de Narita foi com recepção e dali o time pegaria mais umas duas horas de trem até Nagoya, cidade que treinou até véspera da estreia no dia 12.
O Mundial de Clubes da FIFA de 2012: a estreia
A estreia em competições desse porte costumam ser bem complicadas. A princípio, o Al Ahly parecia ser um adversário que não ofereceria tanto perigo que a cabeça poderia estar já na final. Contudo, foi um jogo extremamente complicado devido, principalmente, a tensão da estreia.
O Estádio de Toyota parecia o Pacaembu, com cerca de 30 mil corinthianos. Assim, a festa que foi durante a partida deixaria Toyota entusiasmada. O jogo foi duro, mas o nervosismo da estreia seria deixado de lado e o Corinthians avançaria. O gol saiu com passe de Douglas e o complemento do peruano Guerrero, selando a ida para a final.
O Mundial de Clubes da FIFA de 2012: a grande final
Antes de mais nada, passado a semifinal e toda a ansiedade que o primeiro jogo gerou, o Corinthians treinava focado para a partida contra o temido Chelsea. Enquanto isso, muitos foram chegando do Brasil para essa partida e o Japão ia se tornando um hospício.
O time era formado por jogadores operários, sem nenhuma estrela propriamente dita. Empurrado por mais de 40 mil, esse time lutou por cada bola. O dia era realmente do Corinthians, que contava com uma das maiores atuações já vistas de um jogador de futebol. Cássio foi um muro, intransponível naquele dia.
O jogo era extremamente difícil, com um Chelsea querendo vencer. Mas cada jogador do Corinthians se desdobrava, marcava e jogava como nunca. O título não poderia escapar e quis o destino que o autor do gol fosse um peruano. Paolo Guerrero marcou e transformou o mundo em um bando de loucos.
Durante o gol do peruano passaria um filme no imaginário da Fiel. Aqueles segundos, desde a bola recuada até o Chicão, passando por Jorge Henrique e Paulinho, o corte do Danilo, o chute em cima da zaga e a cabeçada do Guerrero, passava toda a trajetória da Série B até o apogeu. Era gol do Corinthians, mas era sobretudo um desabafo.
Era festa na favela. O mundo era do bando de loucos, o planeta foi abraçado por 35 milhões. A festa feita no Japão foi a maior já vista por uma torcida e que jamais será repetida (apenas se o Corinthians voltar). Contudo, o sofrimento de outrora virava festa, choro de felicidade, esperança e satisfação.
O Mundial de Clubes da FIFA de 2012: o mundo é do bando de loucos
O maior deslocamento humano de um continente para o outro em tempos de paz não poderia ter outro desfecho. Aquela cabeada aos 23 minutos do segundo tempo fechava com chave de ouro toda essa odisseia que foi o Mundial de Clubes da FIFA de 2012.
Se fosse feito um roteiro prévio, não sairia tão bem feito como foi. A vitória contra o temido Boca Juniors meses atrás, o deslocamento da Fiel, uma semifinal tensa, uma final com onze guerreiros e três protagonistas. Guerrero, Cássio e a torcida do Corinthians marcaram história. O Corinthians fez a história.
Por fim, o “VAAAI CORINTHIANS” virou o mantra em qualquer lugar do planeta. Assim, nesse nono aniversário da conquista do Mundial de Clubes de 2012 relembramos de forma breve esse capítulo tão importante da história corinthiana. Faz nove anos que o último sul-americano derrotou um europeu em um Mundial e faz nove anos que o mundo virou um hospício.
Já diria o saudoso Osmar Santos:
“Doce mistério da vida esse Corinthians”
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