Dia 23 de maio de 2012, Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembú. Corinthians e Vasco jogavam a partida de volta pelas quartas de final da Libertadores daquele ano.
O zero a zero do jogo de ida colocaria quem vencesse na próxima fase.
Enquanto isso, o empate persistia, com bolas na trave, chances de lado a lado, dois times muito fortes e muito bem treinados faziam um confronto dos mais equilibrados.
No entanto, aos 17 do segundo tempo, Pacaembú em silêncio.
Alessandro erra, Diego Souza arranca, e naqueles segundos de arrancada do avante vascaíno, todos os pesadelos corinthianos voltaram a povoar a mente do torcedor.
Eliminações para Boca Júniors, Grêmio, Palmeiras e River Plate (duas vezes cada) e Flamengo ainda estavam ali, habitando em algum canto dos porões da memória do torcedor do Corinthians.
Por outro lado, foi ali que o corinthiano conheceu seu primeiro anjo daquela noite: Cássio.
Sim, apenas Cássio, sem o gigante que hoje o acompanha, parou Diego Souza com as pontas dos dedos e certamente devolveu a alma para o corpo de todos aqueles que lá estavam.
Primeiro anjo? Haveria outro?
Surge então Paulinho, o Lampard Negro de Riquelme, que mais tarde seria derrotado pela equipe de Tite na decisão do título daquela Libertadores.
Paulinho, o camisa oito que sempre esteve ali, presente nos bons e maus momentos desde a sua chegada.
Participou da eliminação de 2010 para o Flamengo, Deportes Tolima em 11 na pré-libertadores, mas venceu o Brasileiro de 2011 e entrou em 2012 como um dos expoentes da equipe alvinegra.
O relógio marcava 42 do segundo quando Alex pegou a bola pra bater o escanteio.
Ele levanta na marca do pênalti e surge ele, o segundo anjo da noite fria de maio no Pacaembú.
Paulinho cabeceia firme, no canto esquerdo de Fernando Prass que se estica todo, e por melhor que fosse, não era Cássio.
O goleiro anjo do jogo já estava definido quem seria.
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Bola na rede no Pacaembú
Paulinho corre, todos os atletas correm em sua direção numa imagem que, vista por cima, lembra muito a atração de um imã dentro de uma bolsa cheia de moedas.
Passa pelos companheiros e vai até o alambrado.
Ele escala e ali encontra Lucas Perassollo, o torcedor que imortalizou o maior abraço da história do Pacaembú.
Lucas ali representou todos os torcedores corinthianos.
Do Brasil ? Não, do planeta todo.
Quem não gostaria de estar ali no lugar dele ?
Hoje, 15/12 de 2021, Paulinho está de volta ao Corinthians e na sua chegada, a cena se repetiu.
O jogador, que chegou em um caminhão com a marca do novo patrocinador, abriu a porta do veículo e ali mesmo repetiu, com Lucas, a cena marcante e imortalizada pelas lentes das câmeras fotográficas daquela noite no Pacaembú.
O tempo vai passar, mas aquela cena estará pra todo sempre na retina de todos os corinthianos e nos braços do bravo torcedor que venceu concorrentes apenas pelo prazer de abraçar seu ídolo.
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