Na noite da última terça feira (16), o Corinthians massacrou o Nacional do Uruguai pela Libertadores feminina por oito a zero.
E a única notícia do jogo seria essa, não fosse por mais um caso de racismo ocorrido no futebol mundial.
Impressionante como os casos não param, mesmo com todas as campanhas, todos os protestos e tudo o que já foi falado a respeito.
Impressionante acontecer justamente na semana da Consciência Negra.
Se não bastasse tomarem seis gols até aquele momento, as uruguaias tiveram que assistir as corinthianas fazendo mais dois gols e reagindo com o gesto do punho em riste, em sinal de resistência.
Gesto tão repetido por todo o mundo, assim como aquele com o joelho no chão, em referência à George Floyd, morto no ano passado por asfixia por um policial nos Estados Unidos, mesmo suplicando para que seu algoz parasse, pois ele, Floyd, não conseguia respirar.
Punho em riste que lembra o gol de Basílio em 77, que libertava o Corinthians de um jejum de títulos que já durava 23 anos.
Gol que saiu de um cruzamento de Zé Maria, que teve seu busto inaugurado no último dia 11 de Novembro no Parque São Jorge.
Negro, camisa manchada de sangue, moldado com um realismo impressionante.
Real tal qual um super-herói negro que rasgava as laterais dos adversários, que botava medo nos atacantes rivais, que impunha respeito com sua raça e que marcou sua história no Corinthians Paulista.
O Corinthians de Zé Maria, Wlad, Dida, Edílson, Vampeta, Vic Albuquerque, Rincón, Geraldão, Tobias, Viola, Dinei, Ataliba, Tarci, João Carlos, Kléber, Gil, Jô, Xavier, Raúl Gustavo, Elias, Vágner Love, Colin Kazim, Guinei, Betão, Carlos Miguel, João Victor, índio e tantos outros.
+ Feminino: Adriana sofre injúria racial em goleada na Libertadores
+ Próximo jogo
O Corinthians de Bingo e Davi
O primeiro jogador negro do Corinthians e o que, por exemplo, poderia ter sido o primeiro, não fosse pela barração da Liga Paulista em 1919.
Bingo que jogou apenas oito partidas, mas marcou cinco gols.
Rápido no campo e na passagem, mas eterno na história.
O Corinthians que promove lives, que faz corrida contra o racismo, que tem preto no uniforme, aliás, como é linda a camisa dois do Timão, que presenteou um professor injuriado com a camisa de Junior Urso, que afastou Avelar que proferiu palavras racistas durante um jogo online.
O Corinthians é grande por sua pluralidade,gigante por sua história de portas abertas, não é verdade Frank Willians, Koichi, Gamarra, Cantillo, Villamayor, Johnny Herrera, Germán Herrera, Arce, Carlitos Tévez ?
Sempre será e nunca aceitará essa situação.
Adriana vai continuar fazendo seus gols, assim como Vic também continuará e vão ter que seguir aceitando a superioridade da nossa seleção alvinegra de heroínas.
E se não tiverem o que dizer, que apenas aceitem caladas a grandeza de um múltiplo Corinthians.