Dentre várias declarações no evento realizado pela CBF nesta última segunda (05), Vítor Pereira não poupou críticas à maneira como a imprensa gosta de agir na hora de criar notícias.
“Criam-se expectativas que não são reais. Pela dimensão do meu clube, que é mundial, do impacto de qualquer coisa que seja feita, pelo bem ou pelo mal, mas temos que olhar para a realidade. Vamos imaginar que, ontem (domingo), se tivéssemos ganhado do Internacional, iriam dizer que tínhamos que ser campeões. Essa é a verdade. Temos que olhar para a realidade: se perdermos dois jogos seguidos, vamos para o meio da tabela, só que a emoção é tão grande que não se consegue olhar com racionalidade, perceber: o clube está carregando dinheiro? Não está. Está com elenco? Tem que vender jogadores? Sim. Tem que buscar jogadores fundamentais e ter capacidade de dar resposta? Tem capacidade de estar em todas as competições e ganhar todas? Como a dimensão é muito grande, a mídia faz render o peixe”.
Ilusão
O treinador reclamou dos costume de se tentar gerar mais engajamento, mesmo se as notícias criam problemas aonde não existem, ou se supervalorizam algo que não deveria ser tão grande.
“Quanto mais confusão houver, quanto mais problemas tiver, ninguém quer saber a verdade, mas isso não interessa nada, porque isso não vende. O que vende é a ilusão e, infelizmente, o futebol, não só no Brasil, mas de uma forma geral, o que vende é a mentira. É a natureza humana, vai mais para o sangue, para o problema, do que quando as coisas estão direitas. O que eles (imprensa) fazem? Inventam problemas. Não atribuam a responsabilidade a quem não tem capacidade de ganhar títulos. São fantasias”.
Declaração infeliz a jornalista
Há algumas semanas, Vítor Pereira respondeu de uma maneira ruim ao ser perguntado se teria medo de perder o emprego. Ele pediu desculpas pouco tempo depois, mas relembrou o caso.
“Só que eu, quando dei uma declaração infeliz, quis dizer que estou aqui para dar o meu melhor, se as pessoas quiserem, mas se elas não quiserem, muito prazer, vou viver a minha vida. A minha vida é organizada, estabilizada, para poder estar assim. Não preciso dizer mentiras, vir aqui e ter medo. Tomo decisões com base no que tenho. Líder que quer ser líder não pode baixar a cueca, sabem o que é isso? Sentir a pressão e fazer o que os outros querem, para segurar o seu emprego. Por isso, quando falo, falo sem medo. Não sei o que é Corinthians? Dormi duas horas essa noite. Não como, me dá ânsia a comida. É assim que estou, que vim para o Brasil. Esse é o meu trabalho”.
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Expectativas infundadas
O comandante se sente incomodado ao ver o grau de cobrança à sua equipe, principalmente ao ver o cenário em que se encontra. Ele ressaltou que a equipe é grande sim, entretanto duas ou três equipes têm muito mais “obrigações” que o atual time do Corinthians.
“Nós andamos sempre com muita gente fora, gente importante, que não permite estabilizar a equipe. Fomos competindo como pudemos, mas não podemos ser colocados com a responsabilidade ou ao nível de outros clubes do Brasil, que tem muito mais dinheiro, estão muito mais preparados e trabalham há mais tempo, com um projeto de vários anos. Não coloquem o Corinthians no mesmo patamar de responsabilidade, porque isso é mentira, um castelo de areia, isso é o que não quero. Aqui no Brasil tem clubes com responsabilidade muito maior que a nossa”.