Com 8 gols na primeira fase do Paulista, Róger Guedes parece ter espantado qualquer dúvida que pudesse existir sobre seu futebol depois de um ano um pouco turbulento ao lado de Vítor Pereira.
A resposta em campo veio extremamente rápida sobre o quanto é promissora sua temporada de 2023 no Timão. Com isso, boa parte da torcida Corinthiana talvez precise repensar o que parecia uma verdade em 2022: a versão Róger Guedes chinelinho.
Róger Guedes superando tudo e todos em 2023
Mas o problema é que é muito fácil contar uma mentira através de um monte de verdades. É verdade que Róger tem personalidade forte, que declarou de leve no ano passado que “claramente ninguém gosta de ficar no banco de reservas”, que não tem no DNA como principal função a marcação de laterais adversários como Romero ou Jorge Henrique e assim por diante.
Desta maneira, Vítor Pereira, ex-comandante do elenco, ia alugando um apartamento enorme na cabeça de parte dos torcedores Corinthianos, que acreditavam religiosamente na versão de que o jogador não contribuia defensivamente, que não se adequava ao esquema de jogo, que não corria nos treinos e assim por diante.
Mas será? “Mas eu via, e isso acontecia mesmo. O novo Róger Guedes marca lateral.” Diz o torcedor na arquibancada.
É bom lembrar que mesmo sendo escalado de camisa 9 tantas vezes com o Português, posição que não é a que o atacante mais rende, ou mesmo tendo jogado com os reservas boa parte da temporada (é diferente jogar sem Renato Augusto ou ter Júnior Moraes como parceiro de ataque), ou até mesmo nem tendo entrado em muitos jogos do primeiro semestre, Róger Guedes terminara 2022 como o artilheiro do time e jogador com mais participações em gols. Futebol é bola na rede. Claramente Róger Guedes deveria ter sido titular em 2022, mesmo com uma intensidade de jogo menor sem a bola. Por que Sylvinho e Lázaro sequer cogitaram a deixá-lo no banco?
Nada como um dia após o outro
Passado 2 meses do início do trabalho de Fernando Lázaro, já temos dados suficientes para uma avaliação. Será que fomos justos com nosso camisa 10?
A Identidade Corinthiana analisou bem de perto os números do atacante com os três últimos técnicos, de acordo com o portal Transfermarkt.
2021 – Sylvinho – 19 jogos
- 7 gols
- 2 assistências
- 1681 minutos em campo
- 186 minutos para participar de um gol
Contexto: Brasileirão, jogos mais duros, com time ainda menos qualificado que o atual. Time não tinha Yuri Alberto, Fausto Vera, entre outros.
2022 – Sylvinho/Vítor Pereira – 66 jogos
- 15 gols
- 6 assistências
- 4656 minutos em campo
- 221 minutos para participar de um gol
Contexto: Primeiro semestre jogou de camisa 9 em muitos jogos, foi reserva diversas vezes, jogava no time B com frequência, não jogava sempre com os melhores jogadores e era contestado pelo técnico e por parte da torcida.
2023 – Fernando Lázaro – 12 jogos
- 8 gols
- 1 assistência
- 1057 minutos em campo
- 117 minutos para participar de um gol
Jogando na posição certa e com mais liberdade para atacar, já marcou gol no Santos, no Palmeiras e fez linda jogada em clássico no Morumbi contra o SPFC. São menos minutos para participar de gols, mas vale lembrar que o estadual é um tanto quanto menos competitivo que outras competições, o ano inteiro dará com exatidão qual Róger Guedes teremos em toda a temporada, embora já seja claro que será a temporada mais forte de sua carreira. Com 8 gols em 2 meses, o atacante já passou da metade do seu número recorde de gols numa temporada (15 gols).
O que pra mim fica, é a seguinte questão: voou na mão de dois técnicos, e foi mal na mão de outro. O outro, é aquele que já brigou com Hulk, Fagner, Guedes, e quem sabe já não esteja deixando algum craque insatisfeito no RJ.
Fato é que, quem escreve esse artigo, passou o ano de 2022 defendendo o calvo no duelo com o luso, e está tranquilo nessa briga.
E pra mim Róger merece sim, um pedido de desculpas oficial por boa parte da fiel no braço de ferro desnecessário em 2022 com Judas.