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30 anos sem Rodrigo de Gásperi

Tiago Zambroni

Saudades ! Há exatos 30 anos, morria Rodrigo de Gásperi, que se tornaria a primeira vítima em estádios de futebol.

Foto: Rodrigo Faber: Globo.com
Foto: Rodrigo Faber: Globo.com

Rodrigo foi vítima de uma bomba de fabricação caseira no Estádio Nicolau Alayon, na rua Comendador Souza, em São Paulo, durante um clássico entre seu time, o Corinthians contra o rival São Paulo, pelas semifinais da Copinha de 1992.

Corinthians x São Paulo: O jogo fatal

Foto: Reprodução Internet
Foto: Reprodução Internet

23 de Janeiro de 1992

Corinthians e São Paulo haviam chegado às semifinais da Copa São Paulo daquele ano com boas campanhas e quem passasse, era tido como favorito ao título da competição.

O São Paulo venceu por um a zero, com gol de Andrey na prorrogação e posteriormente, perderia o título nos pênaltis para o Vasco.

Mas tudo ficou em segundo plano quando bombas caseiras e fogos de artifício começaram a voar de um lado para o outro.

O Pacaembú, que seria palco da partida, estava impossibilitado de receber jogos nessa data pois havia recebido um show recentemente, e o acanhado Estádio do Nacional foi o escolhido pela FPF.

Aproveitando os portões abertos e os muros baixos do estádio, torcedores rivais davam a volta pela rua e atiravam artefatos explosivos na torcida rival.

E uma dessas bombas atingiu Rodrigo, de apenas 13 anos.

O jogo ficou interrompido por 25 longos minutos, o garoto foi atendido e levado às pressas para o hospital com lesões no cérebro causadas pela explosão.

Resistiu por quatro dias e veio a falecer no dia 27 de janeiro em decorrência de traumatismo craniano e comprometimento da massa encefálica.

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Próximo jogo

Rodrigo de Gásperi: O primeiro de muitos

Quando se pensava que a morte de Rodrigo poderia gerar uma comoção entre as torcidas e que poderia cessar de uma vez a brutalidade entre torcidas rivais, o que se viu foi exatamente o contrário.

Contudo, mais de 300 mortes (e contando) já aconteceram após o incidente de 1992.

Mas, as mortes em estádios não escolhem camisa.

Corinthianos como por exemplo, Rodrigo de Gásperi, sãopaulinos, palmeirenses, santistas, gremistas, colorados, flamenguistas, vascaínos, todos vítimas da violência e rivalidade exacerbada que permeia os estádios pelo Brasil afora.

No último dia 22, em Barueri, a mesma torcida do São Paulo, a mesma Copinha, a mesma fase da competição, outro clássico, agora contra o Palmeiras, invasão de torcedores e uma faca (!!!) é encontrada no gramado.

Rodrigo de Gásperi infelizmente não se tornou mártir de uma causa.

Apenas o número que abriu esse trágico placar.

Obs: Rodrigo seria a segunda vítima fatal no futebol, no entanto, a primeira dentro de um estádio.

Foto: Rodrigo Faber: Globo.com
Foto: Rodrigo Faber: Globo.com

Homenagens

Localizado em Pirituba, Zona Norte de São Paulo, o antigo Parque da Lagoa foi rebatizado Parque Rodrigo de Gásperi em homenagem ao garoto corinthiano morto em 1992.

Até hoje a família espera por justiça.

Segundo Dona Ivone, mãe de Rodrigo, vários órgãos tem culpa pois sabiam que o estádio Nicolau Alayon não tinha capacidade para um jogo daquela magnitude.

Ela também lembrou que, se houvesse uma fiscalização mais rígida, as bombas não teriam passado pelos portões e seu filho ainda estaria por aqui.

Parque Rodrigo de Gásperi (Foto: Reprodução Internet)
Parque Rodrigo de Gásperi (Foto: Reprodução Internet)

Descanse em paz, Rodrigo !

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