*Colaboração – Tiago Zambroni*
‘’Quando eu crescer, quero jogar futebol’’, quantas mulheres você já escutou falar isso?
Agora, quantas receberam apoio após isso? Uma outra pergunta e última e talvez a mais importante, quando criança quantas partidas de futebol feminino você se lembra de ver passando na TV?
Eu aposto que de todas as respostas, apenas uma já ter visto. Neste último sábado, o Futebol Feminino do Corinthians levou 41 mil pessoas ao estádio. Levantou sua quarta taça do Campeonato Brasileiro com uma nação inteira assistindo e vibrando.
Além de um título, essa conquista trouxe esperança para tantas meninas que lutam por esse espaço no Futebol Feminino.
Beatriz
Beatriz, 20 anos, é jogadora profissional de base. Desde mais nova jogava bola com o seu pai e irmão em um campinho perto de casa.
Com 15 anos estava já estava na escolinha do Paschoalin e desde então passou a jogar em campeonatos menores. Aos 19 anos, entrou na base da Ferroviária, time referência da sua região. Atualmente, Beatriz está em busca de uma oportunidade em um clube.
‘’Espero em breve estar em algum time, e quem sabe, futuramente ser treinada pelo Arthur Elias, jogar ao lado da Tamires, da Zanotti, da Mágica (Vic Albuquerque)’’.
Maria Eduarda
Modelo e estudante de educação física, Maria Eduarda, começou a jogar bola na escola.
‘’Jogava com os meninos mesmo. Na escola não tinham muitas meninas que jogavam, a maioria ficava jogando vôlei’’, disse com pesar.
Desde mais nova acompanhava as alvinegras e já ficava eloquente com o futuro do Futebol Feminino. A jovem, conseguiu entrar no sub-20 de Francana, mas não deu continuidade por estar longe de casa.
Hoje, a menina pratica alguns campeonatos amadores e faz fotos dos jogos.
‘’O que não diminui é o amor pelo clube, pelas brabas e agora o próximo passo é assistir ao vivo, de preferência na Arena, que eu ainda não conheço’’.
Hart
A querida Hart, vive futebol desde muito nova. Seguiu os caminhos do pai e do irmão. Eles sempre a levava para uma uma pelada nos campinhos da cidade de Barueri.
A jovem conta que veio descobrir o Futebol Feminino como profissão muito tarde. A categoria feminina do esporte foi regulamentada apenas em 1983, antes disso as mulheres eram proibidas de jogar.
‘’Quando eu descobri que existia futebol feminino profissional, já não dava mais tempo’’.
‘’Meu amor pelo futebol nasceu quando na escola teve um interclasse. Minha sala era a segunda melhor da escola, chegávamos na final e sempre perdíamos para um time específico. Até que no nosso último ano da escola conseguimos ganhar delas e foi uma festa, parecia uma final de Copa do Mundo foi uma coisa mais linda’’, conta Hart sobre a origem do seu amor.
Hoje, com 20 anos, Hart ainda aguarda uma peneira pra maior de idade.
‘’O Corinthians foi um dos fatores que me fez procurar essas peneiras hoje em dia, comecei a acompanhar os jogos ano passado e então estou sempre na Arena, Fazendinha, Barueri, Canindé, São Bernardo, fui para o Porto Alegre, fui para e é um amor inexplicável, graças a elas muitas portas tem se aberto. Vejo muitos clubes abrindo as peneiras’’
‘’Me dá um conforto de saber se ela conseguiu chegar até lá, eu vou trilhar a minha história e vou conseguir chegar lá, espero um dia vestir a camisa da seleção’’
Mensagem de uma capitã para as futuras
‘’O recado que eu tenho que deixar é: o Futebol Feminino não retrocede mais. É daqui pra frente, é daqui pra mais. E todas vocês que querem continuar e sonhando em ter, ser profissionais, viver isso que a gente está vivendo hoje. Não desista, acreditem sempre, treinem muito, trabalhem duro e persistam com muita garra que eu tenho certeza que a gente pode construir o que a gente quer construir, a gente pode sonhar alto, colocar metas. Esse sentimento de vai dar certo dentro de você, você também vai estar levantando essa medalha um dia e vai com tudo, que lugar de mulher é onde ela quiser’‘ – Tamires, 2022, Campeonato Brasileiro Feminino. 2022
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