Considero bem pertinente essa análise feita pelo GloboEsporte antes do início do campeonato, que nos coloca como sexto melhor elenco. Porém, é necessário fazer algumas ressalvas.
Cebolinha não está mais no Grêmio. Guerrero se machucou e não joga mais esse ano. Felipe Mello e Soteldo são considerados craque nessa avaliação. Pato, Pablo e Bruno Alves estão supervalorizados. Entre outras coisas.
Esse tipo de assunto gera muitas opiniões distintas, mas a análise do GE é válida. Nosso elenco já era considerado G6 por essa análise, que considero de fato bem plausível e dentro da realidade geral das coisas. E agora com a chegada de Otero e Cazares, é provável que a gente subisse uma ou duas prateleiras nessas comparações.
Ponto é: regularidade de elenco no Brasil, não é tarefa simples. Os times normalmente perdem seus grandes craques para mercados mais ricos, e assim ficam as feridas abertas que muitas vezes demoram pra cicatrizar. Um novo jogador, por mais caro e bem selecionado que seja para ser uma boa reposição, nem sempre é tiro certo. Precisa encaixar no time, no clube, entender o trabalho do técnico, entrosar com novos jogadores e assim gira o futebol nacional.
Mas vocês já pararam pra ver de perto mesmo se outros times estão tão bem ou tão acima do nosso? Ou se normalmente é aquela sensação de que “a grama do vizinho é mais verde?”.
O momento atual do Brasil é um pouco do Flamengo, e embora o time não jogue tão bem em 2020, é inegável que tem um elenco recheado de opções. Depois talvez venha o Palmeiras logo atrás. Mas e depois dos dois? Não é possível que estamos atrás de elencos como: Inter, Grêmio, São Paulo, Santos e Atlético-MG. Nosso time bem ajeitado e com bom técnico, deveria lutar por G4 sem problemas. Se vierem mais jogadores, como a torcida pede, seria time para lutar por título. Porém, lutar por rebaixamento no Paulista e no Brasileiro, é demais para esse elenco, por mais limitado que possa parecer.
Ficamos mal acostumados com os elencos de 2009 a 2015. De 2016 pra frente a prateleira caiu sim. Mas, ainda temos folha salarial altíssima e, por mais insatisfeita que a torcida esteja, o time está na média ou acima dos principais clubes do país.
Citaremos nomes usados pelas equipes no Brasil, para chegarmos à reflexão devida: estamos devendo tanto para as outras equipes?
O Internacional joga muitas vezes com esses jogadores em 2020, ou tem como opção: Edenílson, Patrick, Boschillia, Zé Gabriel, Moisés, Lomba, Marcos Guilherme, Rodinei, Pottker, entre outros da base. O Inter improvisou Galhardo que vinha em bom momento como centroavante após perder Guerrero. Ainda usa D’alessandro, um jogador já com idade avançada, frequentemente no time titular. E tem usado um meia (Zé Gabriel) como zagueiro titular. Não parece um time de outro mundo. É apenas bem treinado por Coudet, e tem resultados medianos na temporada.
São Paulo: Luciano, Vitor Bueno, Gabriel Sara, Paulinho Bóia, Reinaldo, Léo Pelé, Brenner, Igor Gomes, Igor Vinícius, Arboleda. O São Paulo chegou a usar 7 jogadores da base no último jogo da libertadores, na derrota contra a LDU.
Palmeiras: Com uma zaga interessante, e laterais regulares, o time titular do meio pra frente não parece ser de outro mundo: Zé Rafael, Luan, Lucas Lima, Gabriel Menino, Rony, William. Um técnico um pouco mais experiente teria ganhado a final do Paulistão em cima do ex-poderoso técnico Luxa.
Atlético-MG: Savarino, Marrony, Jair, Allan, Guga, Réver, Sasha, Éverson, Keno, Franco. O Líder do campeonato impressiona pela agressividade, mas verdade é que Sampaoli tem tirado leite de pedra mais uma vez.
Vasco: Andrey, Fellipe Bastos, Pikachu, Castán, Benítez, Henrique, Fernando Miguel. O Ramonismo do Vasco é isso. Um time bem mediano que não teria nenhum jogador do time titular desejado por outra equipe da Série A. Talvez Cano, pelo momento histórico na carreira.
Santos: Pará, Pituca, Raniel, Alison, Jobson, Luan Peres, Artur Gomes. O Santos parece que fará outro brasileirão digno com um elenco mediano. Foi assim em 2016, 2017, 2019 e agora em 2020. Cuca ajeitou o time após a saída do português.
Fluminense: Dodi, Calegari, Egídio, Luccas Claro, Marcos Paulo, Ganso, Nenê e Fred. Dói de ler alguns nomes, né.
Grêmio: Alisson, Cortez, Pepê, Diego Souza, Jean Pyerre, Orejuela, Isaque. O Grêmio ainda parece uma máquina na cabeça das pessoas. Fato é que sem Luan de 2017, Cebolinha, Grohe, Arthur e companhia, o Renato está sofrendo muito.
Botafogo: Talvez não seja preciso citar o elenco pouco badalado do Fogão. Talvez a maioria conheça de nome: Honda, Kalou e Gatito. Acho interessante o trabalho do Paulo Autuori, e a situação do clube na tabela, não reflete no futebol jogado.
E aí, ainda acha que o nosso elenco é tão fraco?
Infelizmente, o último técnico deu errado e agora corremos atrás do tempo perdido.