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Conmebol se pronuncia após atos de racismo

Tiago Zambroni

A Conmebol se manifestou sobre os casos de racismo recorrentes na última semana pela Copa Libertadores da América.

Imagem: NELSON GARIBA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: NELSON GARIBA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Em pelo menos quatro partidas, foi possível identificar ofensas racistas, sempre contra brasileiros nos estádios sul-americanos.

O primeiro deles, na rodada anterior ,um torcedor do River Plate mostrou uma banana para torcedores do Fortaleza presentes no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.

Nesta semana, durante a partida entre Corinthians e Boca Juniors, o torcedor Leonardo Ponzo foi visto imitando um macaco.

O torcedor foi detido,mas o consulado argentino pagou fiança de R$ 3000,00 e o mesmo foi liberado.

Mas não para por aí

Em Santiago, capital do Chile, durante a partida entre Universidad Católica e Flamengo ,a torcida flamenguista também foi vítima de ofensas racistas.

Além disso, um sinalizador foi arremessado pelos chilenos e acertou um senhor de idade, além de uma criança,também na torcida rubro-negra.

No mesmo dia, torcedores do Palmeiras também receberam insultos racistas na partida diante do Emelec, no Equador.

Diante de tantos casos, a Conmebol resolveu se manifestar por meio de nota oficial.

Abaixo, segue a íntegra da nota da Conmebol

“A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios.

Assume e assumirá sempre a sua quota-parte de responsabilidade no combate a todo o tipo de discriminação.

O combate a este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, o que se evidencia nas múltiplas campanhas de sensibilização e ações de grande envergadura, bem como na aplicação de sanções a quem incorrer nestas práticas desprezíveis.

A CONMEBOL promoverá mudanças na regulamentação para AUMENTAR E ENDURECER as penalidades em casos de racismo.

Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.

O futebol é um difusor incomparável de valores positivos e construtivos na sociedade.

Nos campos, treinos e competições, os jogadores de futebol aprendem desde cedo a respeitar seus adversários e valorizar suas virtudes, a tolerar os erros dos companheiros e ajudar a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em união, a saber que o caminho para vitória É a do trabalho e do sacrifício.

A CONMEBOL intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS DE TREINAMENTO.

É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina no futebol, que, sendo um espetáculo massivo, torna-se mais um campo de ampla visibilidade em que este e outros vícios sociais podem vir à tona.

A sensação de anonimato proporcionada pelas arquibancadas esportiva leva os desajustados a desencadear seu comportamento inaceitável. “

Punições à vista

“No entanto, isso mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR CLARAMENTE OS INFRATORES E PUNÍ-LOS COM A MAIOR GRAVIDADE.

Esses flagelos não serão superados se não se entender primeiro que eles devem ser atacados em todos os níveis: na educação familiar, nas escolas e faculdades, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através das políticas públicas e certamente também em esportes.

A CONMEBOL exorta todos os jogadores do futebol sul-americano – clubes, federações, mídia e torcedores – a REDOBRAR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que há de mais valioso no nosso esporte: sua mensagem de camaradagem, esportividade e saúde concorrência.”

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