Em programa exibido na noite do sábado passado (19), Duilio Monteiro Alves respondeu a diversas perguntas sobre o Corinthians. Entre elas, algumas muito relevantes para grande parte da torcida.
Fiel Torcedor com direito a voto
Uma das demandas mais corriqueiras da torcida corinthiana é justamente que o voto do Fiel Torcedor seja implementado. Atualmente, apenas os sócios do clube social podem eleger o presidente da instituição.
“Não é simples, o torcedor vai e vota. Tem que ter o direito, mas temos que ter as regras. Um sócio precisa ter cinco anos de sócio e pagamento em dia pra ter o direito ao voto. Não cabe a mim. Sou a favor, mas temos que ver os mecanismos. O Fiel Torcedor pode ser sócio do clube? Não seria a mesma coisa?”
Esse pedido começou a ficar cada vez mais frequente pois o questionamento gira em torno do fato de que a quantidade de eleitores do clube é muito pequena em relação ao número de torcedores, ou mesmo de Fiéis Torcedores.
“Tem que ser discutido para que seja uma forma boa para o clube, sem prejuízo para o Corinthians. É uma coisa nova, difícil. O associado é dono do clube, vamos dizer assim. Paga sua mensalidade há dez, vinte anos, é um direito que ele conquistou. Tem uma parte jurídica disso também. Têm várias implicações”.
Finanças do clube
Outro tema que gera muito “pano para manga” é a saúde financeira do Corinthians. O presidente elucidou alguns pontos que mostram como o clube pode investir melhor desde o ano passado.
“O Corinthians ficará, aproximadamente, com, no mínimo, 50% da receita até que se pague o estádio. Por isso a necessidade de gerar cada vez mais receitas. Os naming rights vão direto para a Caixa Econômica Federal, o pagamento é direto. Fica uma parte menor para o Corinthians, e a ideia é que a gente pague em 17 anos. Esse é um ponto que a gente vem conversando, é um acordo que vem sendo feito há dois anos, teve pandemia, voltamos a ter público agora. Com os números de hoje, só pensando em dias de jogos, 50% iriam para pagar as prestações”.
Duilio novamente reforçou que o que possibilitou a contratação de bons jogadores foi a reestruturação que o clube vem sofrendo, além da quantidade substancial de dispensas de atletas.
“Com todos esses reforços, reduzimos. Tivemos mais saídas de atletas. Isso considerando o Paulinho na folha. Nós temos um patrocinador que paga 100% do Paulinho. Mas eu estou considerando o valor de folha, esse que eu falo que gasta menos que 2020, com o Paulinho junto. Eu falo em R$ 15 milhões hoje. O Profut fala em investimento no futebol em até 80% do arrecadado pelo clube. O Corinthians hoje está 61%, 62%, então estamos com uma margem grande ainda. O Corinthians não está usando o que está previsto no orçamento. Ali é uma previsão do que poderíamos gastar. Mesmo estando previsto, não estamos gastando. É a realidade. A gente tirou 30, 40 jogadores de um ano para cá”.
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O que Duilio acha de o Corinthians se tornar uma SAF?
“O Corinthians não precisa da SAF. Primeiro que é um modelo que vai se discutir muito, tem muita coisa para ser melhorada, acho que vamos ver muitas confusões porque há muitas dúvidas na forma que a Lei foi feita. O Corinthians é o time do povo, da torcida. É impossível o Corinthians passar a ter um dono. E não tenho dúvida nenhuma de que você pode fazer um bom trabalho sem ter um dono. Só fazer o trabalho direitinho, conseguir afastar a política, não deixar essa parte influenciar nas decisões, então temos feito tudo sem pensar em política. Fazendo um bom trabalho, profissional, tudo é possível da mesma forma do que tendo um dono. Você sabe que tem mais dificuldade em implantar as coisas, mas não tenho dúvida de que dá para seguir um caminho saudável sem ser SAF”.
Duilio disse que o time é quase que diariamente procurado com propostas de SAF, mas ele prefere trazer dinheiro para o clube de outras maneiras. Principalmente sem ter que vender participação da instituição. De fato é possível ter boas administrações sem que haja a transformação para clube-empresa, mas é necessário que todos os departamentos sejam geridos por profissionais que querem trabalhar pelo clube. Principalmente em departamentos que podem gerar receitas mais substanciais para a instituição, como é o caso da base, por exemplo.