Queridos viventes do Planeta Corinthians;
Estamos prestes a entrar em mais em um decênio de vida do nosso Coringão. Me perdoe as palavras mais sofisticadas, mas noite de gala é noite de gala. E entrada em uma nova década só acontece uma vez a cada dez anos.
A história recente do Corinthians (pelo menos esta, mais na Era da explosão da TV e da Mídia) foi sempre pautada em décadas, objetivos e triunfos alcançados pelo clube de Parque São Jorge. Venha relembrar com a Identidade Corinthiana,
1970 pra 1980
Entramos na década de 1980 sob o signo do Fim do Tabu. Era o grande objetivo do decênio. A volta do protagonismo sonhado por Vicente Matheus. E ele veio. Não só em 1977, mas pra mostrar que não era um mero acaso, Campeão também em 1979, título este que se findou apenas em 1980, junto a atualização do escudo de Rebolo, para a versão atualizada de Orfeu Maia, artista plástico de Marlene Matheus.
1980 pra 1990
A década de 1980 pra 1990 seria promissora dentro de campo. Os títulos e as Finais e Semi-Finais do Estadual voltaram a ser bastante frequentes. Mas faltava o próximo objetivo, o voo logo depois do retorno das eleições diretas para Presidente em 1989: O título do Brasileiro em 1990.
O Corinthians voltava a ser Campeão em caráter nacional. Sim, voltava. Pois já o era nos anos 40, 50 e 60 com o Rio São Paulo, numa época antes da explosão do Futebol Nacional e o Eixo era considerado um embrião do Campeonato Brasileiro. O Rio São Paulo nasceu com ares de Brasileirão nos anos 40 quando praticamente só havia o Estado de São Paulo e o antigo estado da Guanabara, hoje Rio de Janeiro.
1990 para 2000
Finalmente Campeão do Campeonato Brasileiro em 1990 com Neto, Ronaldo, Márcio, Wilson Mano, Tupãzinho e cia, o Corinthians vira gigante nacional. As Semis e demais Finais passam a ser constantes também nacionalmente. O clube ganha a Supercopa do Brasil contra o Flamengo em 1991, e volta a ser Campeão do Campeonato Brasileiro em 1998 e 1999, e bate na trave em 1992, 1993 e 1994 sendo respectivamente 3°, 3° e Vice Campeão.
Em 1995, se torna Campeão da Copa do Brasil, e 3° Lugar da Copa do Brasil de 1997, de uma vaga cedida ao Grêmio que escapou entre os dedos (e que o time gaúcho se sagraria Campeão contra o Flamengo). O Corinthians era outro. Tinha ganho cancha nos torneios nacionais mais recentes. 1990 não era apenas um ano iluminado.
De 2000 para 2010
O decênio era ambicioso. Internacionalização, Marketing e jogadores de caráter internacional. E logo na virada do Milênio (embora há quem diga que foi em 2001), o Corinthians de Marcelinho Carioca, Rincón, Vampeta, Edílson, Luizão e Ricardinho é Campeão Mundial de Clubes da FIFA no Maracanã com uma Seleção, cheia de atletas de Copa do Mundo, num torneio que também reuniu o Manchester United, o Real Madrid (que eliminamos) e o Vasco da Gama de Romário, Edmundo, Viola e Juninho Pernambucano. Mais títulos nacionais. Mais títulos paulistas e novamente a conquista do título do Rio São Paulo, que estava de volta desde os anos 90.
Grandes nomes de Copa do Mundo e Champions League como Liedson, Dida, Tevez, Mascherano, Carlos Alberto e Ronaldo Fenômeno brilham no Corinthians. O clube volta a ganhar o Brasileiro em 2005 e a Copa do Brasil em 2009. Mas neste hiato, dor e sofrimento: o clube é rebaixado pela primeira (e se Deus quiser, única) vez em sua história. Volta na bola, dando show e arranca para seu Centenário com um CT nível Europa sendo construído e outro astro de Copa do Mundo: Roberto Carlos.
De 2010 a 2020
Agora estruturado por grandes acordos e empresas que aproveitaram a vibe do Centenário e de R9, o grande objetivo desta década era a mudança de casa, e de patamar internacional. No Centenário, o Corinthians anuncia a construção de sua Arena, palco da Abertura da Copa do Mundo 2014, Olimpíadas 2016 (embora no Rio, o Futebol foi jogado em mais cidades) e Copa América 2019. O adeus ao Pacaembu e ao Morumbi como mandante já havia data marcada.
Porém, entre alegrias, tristezas. conquistas e títulos grandes, como os Paulistas em 2013, e o Tri de 2017, 2018 e 2019 (Oi, Carille), três Brasileiros (2011, 2015 e 2017), a sonhada Libertadores invicta e inédita em 2012 contra o Boca Juniors e o Bicampeonato Mundial no Japão contra o Chelsea com direito a 40.000 corinthianos em Yokohama (e no ano seguinte, a Recopa !), uma pergunta atormenta o torcedor até agora: Como seria a engenharia financeira para pagar a Arena Corinthians em meio a tantos timaços, tantas contratações e um DNA de jogo definido ? Um Naming Rights, e o acerto com a Caixa e Odebrecht era essencial para arrumar a casa a conta fechar. O Naming Rights passava a ser visto como chacota, algo inalcançável pois havíamos perdido o bonde da Copa do Mundo e da Olimpíada.
2020 para 2030
E não é que, para a surpresa de todos e para desespero de muitos, que não tem o privilégio de ser Corinthians, o Presente de Aniversário neste decênio foi justamente o acerto da Caixa e do Naming Rights ? Exceto um meteoro mude o rumo das coisas, caro amigo corinthiano, a Hypera Pharma dará nome a casa corinthiana, por um valor estimado de 320 a 350 milhões divididos em vinte anos. Com o acerto da Odebrecht e a renegociação da Caixa, em dois ou três anos, voltaremos a ter a renda de jogo, e dos eventos na Arena destinadas exclusivamente para o Futebol.
E é aí que a coisa vira. Muda de figura. Um CT de Base vem aí, na mesma estrutura do CT Profissional. É hora de se retrair. Esperar novos ventos, apostar em times operários por uns cinco, seis anos, comer terra e no fim deste decênio, meu amigo. Aí o foco é Esquadrão pra ganhar o Tricampeonato Mundial no formato novo.
Passo a passo. Sem pular etapas. As coisas gigantes irão acontecer no seu tempo.
Uma nova década vindoura vem aí. Mas antes, trabalho. Arrumar a casa. Pagar a Arena e inaugurar uma nova capacitação de Categorias de Base para que subam prontos, com compreensão de jogo, scouts, estatísticas e a mudança de se ler o Futebol.
Já dizia um célebre anúncio de cerveja: coisas boas vem para quem espera.
E o Corinthians é Símbolo de Esperança.
De Presente pelos 110 Anos; Futuro.
Feliz Aniversário, Corinthians !
Luís Butti
Sócio-Proprietário da Identidade Corinthiana