Hoje, o Corinthians se reapresenta após a derrota no clássico contra o São Paulo. O elenco terá mais uma semana livre no CT Joaquim Grava. Dessa forma, serão seis dias seguidos de trabalho para o treinador português começar seus ajustes e melhorar ao time.
Já no clássico deste domingo foi possível ver algumas mudanças no Timão de Vítor Pereira. Daqui pra frente, como disse o meia Renato Augusto após o jogo, é o momento de aprender e entender melhor o que o português quer.
“Vamos usar esse final de Paulista para aprender bastante com o Vítor Pereira.”, disse o meia.
Confira agora alguns detalhes que já foram vistos no clássico com o São Paulo, que devem ser trabalhados por Vítor Pereira neste começo de trajetória no Timão.
Jogo “Circulado”
A posse de bola foi um dos pontos positivos do Corinthians no último clássico. Com um sistema ofensivo móvel, Renato Augusto se movimentando bastante, Paulinho afundando quase como um centroavante e outras movimentações, dessa forma, o Timão conseguiu boas trocas de passes.
Por isso, em uma delas, Willian tabelou com Giuliano na direita, trocou passes em seguida com Paulinho e deixou de calcanhar para a batida do camisa 11. Giuliano, porém, tentou o toque a mais e errou o lance.
No pós jogo, Vítor Pereira comentou sobre o jogo circulado que quer implementar no Corinthians. Para o português, é preciso de uma maior dinâmica para romper as linhas adversárias e buscar os espaços vazios no campo do adversário.
“O que temos que melhorar, e a grande dificuldade foi o pouco tempo de trabalho, é a dinâmica ofensiva. Tem que ser mais provocativa, uma dinâmica com mais movimentos de ruptura, nos passes, buscar o espaço, e hoje nos faltou isso. Circulamos, circulamos, mas circulamos sem dar profundidade que é necessária. São aspectos que temos que melhorar. Temos que ter paciência no jogo posicional.”
Em outras palavras, com qualidade técnica indiscutível – e elogiada por Rogério Ceni –, o time de Vítor Pereira, segundo o próprio treinador, precisa de uma amplitude maior em campo.
“Se eu quero criar espaços, tenho que provocar o adversário, tenho que abrir completamente. Quando abro completamente, Willian e Giuliano têm liberdade depois para virem para dentro, trocar de posição. Se eles fecharem por dentro, temos que ir por fora. Mas se eles fecharem por fora, temos que ir por dentro. O ponto de partida para uma equipe que quer ter posse de bola é ter o campo grande, abrir o campo para circular a bola.“
Área preenchida
Foi possível ver a área do São Paulo preenchida por jogadores do Corinthians em vários momentos do jogo. Algo que não estamos acostumados de ver no Timão.
Paulinho teve uma ótima chance ainda no primeiro tempo, quando apareceu como elemento surpresa na área, do jeito que sempre gostou de fazer, para acertar a trave de Volpi. Além disso, junto de Calleri, centroavante do São Paulo, Paulinho foi o jogador que mais finalizou na partida. Foram três chutes do volante.
O técnico corinthiano detectou um problema nesse preenchimento da área: as posições ocupadas na hora de finalizar. No entanto, Vitor Pereira pretende aperfeiçoar o posicionamento de seus jogadores, sejam os meias que se infiltram ou os atacantes dentro da área.
Da mesma forma, também entra a questão a coordenação de movimentos entre Jô e Róger Guedes, citadas por Vítor Pereira na entrevista, que precisam ser lapidadas com o passar dos treinamentos e dos jogos.
Posicionamento de Róger Guedes
O camisa 9 teve uma atuação confusa, perdido em campo. Em determinados momentos, ia até o meio-campo buscar a bola; em outros, fazia o movimento de infiltração pelas laterais, além de tentar realizar o pivô na entrada da área.
“O que tentei foi que a equipe se sentisse mais confortável com a bola e tivesse linhas de passe. O Róger fez isso. Às vezes ele fez bem, às vezes não tão bem, fazendo movimentos muito lateralizados. Quando você lateraliza muito, o que acontece? Quando entramos na área, lá não está nosso atacante.”, disse o treinador.
“Não podemos andar tanto nos corredores laterais, temos que fazer os movimentos no corredor central. Esse é um aspecto que vamos ter que corrigir com ele.”, completou.
Foi possível ver Róger Guedes buscando a bola no meio-campo, quase na defesa, em vários momentos do jogo. E em outras situações, faltava um finalizador na área. Esse é um comportamento que Vítor Pereira quer mudar no atacante.
“O “vir tocar” está certo, quero atrair a marcação, mas nosso atacante não pode andar tanto nos corredores laterais, tem que fazer o movimento no corredor central para ele estar lá quando chegarmos à linha de fundo. Muitas vezes, ele veio demasiado baixo, à frente da linha dos meias, às vezes até lado a lado com os volantes, mas não quero isso do meu atacante. Assumo eu a responsabilidade, foram dois dias de trabalho, ainda falta muito tempo.”, finalizou o treinador.
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Linha de três
Ao mudar o esquema tático, o técnico encontrou maneiras para dar opções com a posse de bola e transformar em chances de gol. Quando tirou Fagner para colocar Gustavo Mosquito, Vítor Pereira deixou o Corinthians com uma linha de três jogadores na defesa.
Mas o principal motivo da mudança era dar amplitude para Willian e Gustavo Silva ficarem no mano a mano nas pontas.
“A mudança tática não foi para defendermos com três, mas para abrir completamente o Gustavo na direita e o Willian na esquerda, juntando o Róger perto do Jô para termos presença na área.”, comentou o técnico.
Perde e pressiona
Se feita de maneira organizada, a ação de pressionar o time adversário terá bons resultados e Vítor Pereira sabe disso. Já nos treinos foi possível ver o português indicando os caminhos para melhorar a pressão no portador da bola, como levar a saída do adversário para as laterais.
No jogo contra o São Paulo, Vítor Pereira já viu o estilo “perde e pressiona” sendo colocado em prática. Porém, o trabalho agora é fazer isso durar por mais tempo.
“Naqueles primeiro trinta minutos tentamos o perde e pressiona, conseguimos criar algumas chances de gols, mas não concretizamos. Agora, precisamos prolongar isso durante o jogo todo. Com algumas alterações tentamos melhorar nossa capacidade de reação à perda de bola. Conseguimos ver em determinados momentos essa capacidade, mas temos que prolongar isso e mudar o chip, fazer com que isso seja o DNA do Corinthians.“