Como já foi informado há algumas semanas, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) analisará o jogo entre Corinthians e São Paulo na Neo Química Arena. Durante a partida, diversos torcedores se manifestaram utilizando gritos homofóbicos e isso poderá ter consequências financeiras e esportivas.
Além de moedas e um isqueiro que foram jogados em campo, Wilton Pereira Sampaio, árbitro na ocasião, relatou os cânticos. A partida também foi paralisada por conta de sinalizadores, que são proibidos nos estádios.
A punição pode acontecer pois o Código Brasileiro de Justiça Desportiva tem uma regra que prevê esse tipo de infração. O artigo 243 – G tem o seguinte texto: “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Em casos assim, a pena pode ser uma multa de até R$100 mil, e também pode acontecer de os pontos da partida serem retirados.
O STJD também julgará o Corinthians por “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto e lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo”. O julgamento ocorrerá às 10h da próxima quinta-feira (23).
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Presidente se manifesta contra os gritos
Durante coletiva na semana passada, Duilio Monteiro Alves se posicionou contra esse tipo de ato. Ele também relembrou que a administração do estádio alertou a torcida pelo telão e também por meio da locutora da Neo Química Arena.
“A gente é totalmente contrário a este tipo de cântico, da mesma forma que falei do racismo. A gente vem conversando com os torcedores, fazendo campanhas contra a homofobia. Hoje, todas as vezes que a torcida cantou, colocamos no telão, a locutora do estádio reprimiu, porque não achamos correto. O futebol está mudando no próprio jogo, hoje depois dos avisos a torcida mudou o canto. Temos que insistir, vocês (imprensa) são importantes nisso para que a gente acabe com qualquer tipo de discriminação. Estamos em 2022, isso não faz sentido”.
De fato, o mundo muda e a gente precisa mudar com ele. Não custa nada a torcida buscar outras maneiras de provocar seus rivais de uma maneira que não infrinja nenhuma norma legal, e que também não cause um sofrimento que extrapola o campo esportivo.