Após o empate amargo no Beira-Rio na tarde deste domingo, Sylvinho foi questionado sobre vários temas e, dentre eles, o número de gols sofridos no segundo turno.
Muitos gols sofridos nas últimas partidas
Sob o comando do atual técnico, o Corinthians vem sofrendo muitos gols, começando atrás do placar na maioria dos últimos jogos. Como tem sido comum, ele não concordou em reconhecer que a defesa tem vacilado bastante.
“Números se interpretam. Nós somos a quarta melhor defesa do campeonato. Obviamente que entramos em campo para não tomar gol, não somos loucos. Trabalhamos toda a parte defensiva, não só linha de quatro, todo o time, a gente se defende em 11. E quando atacamos, vamos em seis, em sete, em oito. Futebol é uma interação completa, são conexões. Trabalhamos para não tomar gol, mas tem um adversário do outro lado. Não posso combinar com ele. Tem qualidade, Yuri é grande jogador, como Patrick, Edenílson, esse time disputava título. Nosso mérito foi dar a volta em cima de um resultado. Trabalhamos todos os setores: ataque, meio e parte defensiva. Entendemos tudo o que está ocorrendo. Somos a quarta melhor defesa do campeonato e vou trabalhar para ser a primeira, tenho ambição. Os atletas têm ambição”.
Independente de qualquer esforço do treinador ou do time, o fato é que em 9 jogos nesse segundo turno, a equipe sofreu gols em 8. Alguma coisa saiu dos trilhos e precisa ser consertada.
Time mostrando pouco apetite
Ainda que em uma ou outra partida o time corra para buscar o resultado, tem sido comum a falta de vontade de chegar ao gol adversário. Houve jogo em que Jô, centraovante, não finalizou nenhuma vez. O comandante, no entanto, não concordou com essa colocação.
“Discordo de você. Apetite o time tem. O time muda. Uma coisa é você ter um time com atletas como no primeiro turno, que tínhamos um time muito mecânico, muito forte no meio-campo, um time muito combatente. Mas você vai misturando, foram chegando atletas e nosso time é técnico. Mas ao mesmo tempo, ele combate. Ele disputou cada palmo contra o Inter, contra Patrick, Edenílson, Lindoso, Dourado, Moisés, são jogadores fortes, disputamos todos os palmos de campo. Tomamos um gol no último minuto de um grande chute. Não foi que entraram na nossa área, que dominaram o jogo e criaram dez chances de gol. Não, não, não, não. Um chute de fora da área, você não tem previsibilidade. Entrou, paciência, vamos para casa”.
Após a derrota contra o Flamengo, Vitinho fez o gol do Corinthians naquela tarde em um chute de fora da área. Na ocasião, ao ser questionado, o técnico corinthiano disse que finalizações de longa distância não eram sinônimo de que o time estava melhorando no ataque, ainda que seja uma arma importante se a marcação adversária é eficiente.
Vitinho entre os titulares
Em vez de Adson ou Gustavo Mosquito, o garoto entrou aberto pelo lado esquerdo, ainda que esteja mais próximo de ser um segundo volante. Apesar da atuação fraca, com exceção de um ou dois lances, Sylvinho elogiou o desempenho do meia.
“Ele jogou pelo lado esquerdo. Um atleta leve, dinâmico, que tem um bom acabamento, bons cruzamentos, um atleta que tem uma última bola que muitas vezes dá gol. E optamos, pois o adversário era muito duro, difícil, e na ausência do Willian pela esquerda, colocamos o Vitor, que nos dava uma composição melhor de meio-campo. Um externo, pé direito, que podia fazer uma composição dando uma sustentação a mais num jogo físico, duro, contra um time que há pouco tempo brigou pelo título brasileiro. Vitor fez um primeiro tempo muito bom, houve boa combinação com Roger e com Renato. Fábio Santos passando, infelizmente os cruzamentos não chegaram na área. Falamos com o Fábio e procuramos melhorar essa parte”.
No segundo tempo ele foi substituído por Gustavo Mosquito.
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Boa atuação de Du Queiroz
O treinador colocou Gabriel de volta no lugar do Cantillo, mas o camisa 5 também fez um jogo abaixo do esperado. Com um cartão amarelo nas costas, o jogador foi substituído por Du Queiroz, mais uma cria do terrão. O camisa 37 foi bem em todo o tempo que esteve em campo.
“Du Queiroz entrou numa função que pode fazer, entrou bem. Gabriel tinha um cartão amarelo, nos preocupava, já tinha tirado o pé para não ser expulso, e aí fizemos as duas substituições. Du entrou e respondeu. Ele pode ser lateral-direito, pois tem de origem na base todos os conceitos defensivos, e que no final do amador foi meio-campista, como primeiro, como entrou hoje. Ou pode fazer como terminou (com a entrada de Xavier), pelo lado direito, a meia. Um atleta completo, com boa parte física, uma qualidade técnica para a função e um atleta com muita personalidade, que encara os jogos da mesma forma. Um atleta forte emocionalmente que fez um grande jogo também”.
Sylvinho falou sobre a situação de Gabriel Pereira
Por fim, ainda sem acertar a renovação contratual, o treinador foi questionado se poderia afastar o atleta.
“Esse é um tema absolutamente do presidente e da diretoria. Sou treinador de futebol. Trabalho com todos os atletas que estão à disposição no elenco. Essa é a minha função, cuido de 31 atletas com os goleiros, que estamos diariamente gerenciando os treinamentos. Ele pode jogar pelo lado direito, pode jogar por dentro como foi hoje e deu situação de gol”.