Em conversa com o Globo Esporte, Sylvinho falou sobre vários assuntos em relação à sua passagem pelo Corinthians. Entretanto, mesmo após ser dispensado ao se tornar alvo de grande parte da torcida, muitos gostariam de saber o que ele achou do que tentou trazer ao clube.
Durante a conversa com o técnico, o entrevistador chegou nesse ponto. Qual seria a autocrítica do comandante sobre seu trabalho enquanto esteve à frente do Corinthians?
“Parte importante da autocrítica vem antes do campo. Faltou uma comunicação melhor de todos nós. Não só nossa, como de todos os envolvidos no trabalho, do próprio clube um pouco. Quando me chamaram, a expectativa era uma coisa, não era boa. Dois treinadores importantes de um cenário internacional e nacional (Diego Aguirre e Renato Gaúcho) não deram positivo (para a proposta do Corinthians). É normal, faz parte. Eu também não dou meus positivos e a vida continua. Mas o cenário era que vinha de uma temporada anterior no Brasileiro que preocupou, flertou ali um pouco com o rebaixamento, não sei nem se esteve em zona”.
A diretoria o queria como técnico
O ex-lateral disse que aceitou o convite por conta da insistência, pois diversos integrantes da diretoria viviam tentando sua contratação.
“Eu virei aquela terceira opção e, por toda a gratidão, por toda alegria e pela lealdade de todas aquelas pessoas me ligando e dizendo “é você, é você, vem”, no dia seguinte eu peguei um avião e fui. Era essa a realidade que nós estávamos vivendo, sem reforços, sem grandes condições. Eu, obviamente, era um treinador sem muita expressão. E o que nós fizemos foi trabalhar. Faço essa explicação toda por quê? O que ocorreu? O time pouco a pouco começou a ganhar peso. Viramos o turno em sexto, ganhamos três jogos seguidos, que é algo difícil no Brasileiro quando você não está estruturado e o seu time não está de todo o melhor”.
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Expectativa e realidade não batiam
Sylvinho acredita que as expectativas criadas para o time que foi se formando, não condiziam com a realidade. Isso aconteceu pois era preciso mais tempo para poder adaptar os reforços e deixá-los todos alinhados com o que era exigido.
“A expectativa sempre foi acima da realidade. Quando chegam os atletas, eu sabia que eles precisariam de tempo, de adaptação física, ao clima, ao campeonato, tudo. Não é simples colocar três ou quatro jogadores e você mudar de patamar”.
Dentro das possibilidades que a equipe teve em 2021, conquistar uma vaga direta para a Libertadores 2022 foi muito importante. No entanto o início de ano não foi bom e, mesmo tendo tempo com a pré-temporada, o técnico não conseguiu entregar o que a torcida esperava e acabou não sendo mantido no cargo após uma derrota para o Santos.
A passagem como treinador pode não ter sido das melhores, mas certamente o carinho pelo “Sylvinho jogador”, permanece.