Bastou apenas um jogo (!!!) para que os questionamentos ao trabalho de Sylvinho voltassem com força total entre a torcida corinthiana.
Mas não foi um jogo ruim do Corinthians. O resultado sim, o jogo não.
O time criou chances, desperdiçou todas elas e se uma das muitas bolas que foram ao gol do iluminado Saulo entrassem, talvez a conversa fosse outra nesse momento.
Ou seja, uma boa partida, um resultado ruim, um goleiro inspirado e um Sylvinho questionado.
Qual o problema com Sylvinho ? Um treinador que tem histórico corinthiano, que aparentemente estuda e trabalha bastante, que tem a aprovação de seu grupo, etc.
Sylvinho não varia o esquema de jogo.
Chegou a ironizar, por exemplo, uma pergunta sobre o tema na coletiva, se referindo a “números de telefone” quando se fala em 3-5-2, 4-4-2, 4-1-4-1 e tantos outros esquemas.
Na verdade, ele atribui a frase a um técnico de sucesso e dá o milagre, mas não o santo.
Nem era preciso.
Em campo o esquema é claro, chega a lembrar uma organizada mesa de futebol de botão antes das peças se mexerem, ou até um pebolim, com o ponta sempre na ponta, o centroavante sempre como centroavante, e segue para todas as outras posições.
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Sylvinho travado
Sylvinho pouco mexe. Fica fácil travar o Corinthians, como fez Elano, como já fizeram antes Vágner Mancini, Jair Ventura, Rogério Ceni e Gustavo Florentín.
Cantillo foi a surpresa contra o Palmeiras no último Brasileirão e deu muito certo.
No entanto, o colombiano de bom passe e lançamentos em profundidade fora facilmente anulado nas partidas seguintes e Sylvinho voltou a mexer na equipe.
Gabriel, que já não vivia grande momento, se viu entre meias adversários em mais de uma oportunidade.
Renato e Giuliano se viraram como puderam no meio campo de poucos movimentos de Sylvinho.
O ataque dependia quase que exclusivamente de Gustavo Silva antes da chegada dos reforços.
Hernán Crespo, já praticamente no corredor de saída do Morumbi, anulou completamente o camisa 19 do Timão e não foi o único a descobrir a válvula de escape de Sylvinho.
Agora, o ataque depende de um 9 que não chegou e Jô, que já ficou de fora da primeira partida, há tempos não mostra sinais de que pode voltar a viver grandes momentos.
Contudo, Sylvinho não abre mão dessa peça e vai fazendo testes.
O último com Mantuan, que também pouco produziu contra o time do interior.
Quando parecia tentar novas possibilidades de jogo, como contra o Internacional no Beira-Rio, com Vitinho entre os titulares, frustrou a torcida quando o garoto se enfiou na ponta esquerda e lá permaneceu até ser substituído.
Estudioso, workaholic, focado, dedicado, tudo isso Sylvinho mostrou ser.
Agora precisa mostrar na prática o que os jogadores e a diretoria tanto defendem, mas que a torcida ainda não conseguiu enxergar em 8 meses de trabalho.