A escalação do Corinthians nesta última terça causou espanto mesmo em quem está familiarizado com o rodízio de atletas promovido por Vítor Pereira. O time entrou de uma maneira bastante diferente do que a de costume.
“Hoje pagamos por um primeiro tempo ruim, onde assumo a responsabilidade, já que eu escolhi a estrutura e os jogadores. Mas também não estava esperando um primeiro tempo com o nível que jogamos, esperava mais”.
O treinador acreditava que conseguiria surpreender ao colocar os melhores jogadores quando a equipe adversária estivesse cansada.
“O que pensamos? Fazer o contrário. Quando o adversário estiver cansado, vamos com os jogadores mais técnicos para fazer o resultado. Isso traduziu em momentos de insegurança. De fato, não tivemos no nosso nível. Eles marcaram, e depois, na segunda parte, tentamos, mas não tentamos com a qualidade que temos. De fato, os jogadores que entraram tinham jogado há três dias e não estão com a capacidade de fazer as coisas rápidas”.
As mudanças não surtiram o efeito desejado
Mesmo trocando quatro jogadores no intervalo, o técnico observou que os jogadores não estavam recuperados da última partida.
“Também senti que, quem entrou, não tinha a frescura que precisávamos. Confirmando, de fato, que os jogadores que entraram não podiam jogar noventa minutos. Eu não senti eles recuperados depois dessa sequência, nem os mais novos, como Piton”.
Por que não colocar um lateral direito de ofício?
Vítor Pereira optou por improvisar primeiro Robson Bambu, depois Gustavo Mantuan, em vez de colocar Rafael Ramos ou João Pedro. Vale apontar que Mantuan foi bem quando foi ao ataque, mas não teve um bom desempenho quando precisou marcar na defesa.
“O 3-4-3 requer mais um atacante jogando por fora. Como optamos por Bruno Melo na esquerda, me parece que o Mantuan, como tem a tendência para pressionar, melhor. Jogar com três zagueiros e um lateral na esquerda, nos puxava muito para trás”.
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Maus desempenhos vêm gerando cobrança da torcida
O treinador sabe que os corinthianos costumam cobrar muito da equipe como um todo, e ele assumiu a responsabilidade pelo resultadode hoje.
“Desde o início eu sei que a torcida do Corinthians cobra. Quem assistiu o primeiro tempo que jogamos hoje, não pode estar satisfeito. Eu não estou. Eu, como não sou de responsabilizar ninguém, assumo a responsabilidade. Os jogadores também têm que assumir, já que jogamos com mais qualidade nesse sistema em outras vezes. Temos que entender os motivos de não termos conseguido jogar com qualidade na primeira etapa. Já na segunda, fomos melhores, mas com muito esforço”.
Vítor Pereira insistiu no fato de que os jogadores não se recuperaram fisicamente e que os jovens tentaram dar conta do recado mas não conseguiram.
“A realidade é essa dificuldade de jogar de três em três dias. Agradecer a torcida por todo o apoio que nos deu. No final, tem razão em cobrar. Agora, eu vi que a equipe tentou dar a volta na situação. Tentou, tentou, mas muitos jogadores com déficit físico, com uma dificuldade tremenda de dar intensidade ao jogo. O nosso principal foco, neste momento, é recuperar os jogadores lesionados, que fazem muita falta. São jogadores importantes fora. Os jovens têm dado conta do recado, os jogadores têm tentado, e nós estamos nessa fase de sobreviver a competição”.
Ainda que o português deseje seguir com sua filosofia de rodar o elenco, pode ser importante que ele reveja alguns de seus conceitos e monte uma estrutura mais fixa. Caso isso não aconteça e a equipe siga jogando pior a cada partida, como já vem acontecendo, ele corre o risco de perder gradativamente o apoio da torcida. Sim, reforços são necessários, mas talvez seja hora de montar um time mais consistente, sem tantas mudanças a cada confronto.