Com um transfer ban ativo e mais outros resultados negativos em julgamentos na Fifa, o Corinthians acumula problemas com transferências de atletas realizadas na temporada passada.
Segundo informação inicialmente divulgada pelo GE, o alvinegro quitou apenas as compras de Hugo Souza e Matheuzinho.
Corinthians com dívidas em aberto
O time do Parque São Jorge foi recentemente segue acumulando dívidas relacionadas aos jogadores que trouxe em 2024.
- Cacá: vindo do Tokushima Vortis-JAP por empréstimo com obrigação de compra caso cumprisse algumas metas no contrato, o alvinegro não pagou nenhuma das parcelas referentes aos R$ 24 milhões pela aquisição do atleta (que mal tem jogado nos últimos meses);
- Félix Torres: contratado junto ao Santos Laguna-MEX, a falta de pagamento pelo equatoriano foi o que gerou o transfer ban que está ativo no momento. Atualmente a dívida está na casa dos R$ 40 milhões e os mexicanos não têm aceitado as novas ofertas de renegociação;
- Raniele: trazido do Cuiabá, a falta de pagamento gerou muitas críticas do presidente de seu antigo clube. A dívida foi negociada no CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas) e o Corinthians pagará um total de 24 parcelas trimestrais pelos R$ 13,3 milhões referentes ao passe;
- Alex Santana: comprado do Athletico/PR por R$ 13,6 milhões, o clube do Parque São Jorge atrasou pelo menos duas parcelas e foi acionado judicialmente pelo time paranaense. Atualmente o jogador está emprestado ao Grêmio;
- Charles: vindo do Midtjylland-DIN por R$ 9,7, o alvinegro está atrasado com o pagamento das parcelas e vem tentando renegociá-las com o clube dinamarquês;
- José Martínez: contratado junto ao Philadelphia Union-EUA por R$ 11 milhões, a maior parte da transferência ainda não foi paga pelo Corinthians, que já foi condenado pela Fifa nesse caso. O alvinegro recorreu ao CAS (Corte Arbitral do Esporte);
- Maycon: apesar das lesões e oscilações nas atuações, o volante teve novamente o seu empréstimo renovado junto ao Shakhtar Donetsk-UCR, ao valor de 1 milhão de euros. Os ucranianos acionaram a Fifa por não receber o pagamento e, assim como no caso de Martínez, a diretoria corinthiana entrou com rescurso no CAS;
- Rodrigo Garro: comprado do Talleres-ARG e um dos principais jogadores do Corinthians desde o ano passado, o alvinegro deve mais de R$ 20 milhões ao clube argentino. O valor total da transferência é de R$ 35 milhões e o caso também está no CAS;
- Talles Magno: emprestado pelo New York City-EUA por R$ 8,2 milhões, o atacante teve seu vínculo estendido até o final de 2025. Essa extensão veio com mais uma taxa que não foi paga pelo alvinegro;
- Pedro Raul: contratado junto ao Toluca-MEX, por inacreditáveis R$ 25 milhões, o time do Parque São Jorge atrasou as parcelas de 2024, mas renegociou a dívida e vem pagando regularmente. Atualmente o atacante está emprestado ao Ceará.
Por último, o Corinthians tem uma dívida em aberto com Matías Rojas, o meia que veio do Racing-ARG e deixou o clube no início de 2024 por não receber basicamente nenhum salário entre as gestões de Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo e acionou a Fifa. Condenado até no CAS, o clube precisa pagar R$ 41,3 milhões, além dos juros. Se esse valor não for quitado em até 45 dias após a condenação, o Corinthians poderá sofrer um novo transfer ban.
Augusto Melo se defendeu
Procurado pela reportagem do GE, o ex-presidente do Corinthians tentou se defender em relação às tranferências não pagas.
“Começamos o ano (2024) sem credibilidade e sem dinheiro. O Corinthians ia cair para a Série B e ninguém queria jogar aqui. Busquei novas receitas e paguei transferbans (dívida com o zagueiro Balbuena) da gestão passada sem fazer alarde. Estava preocupado em trabalhar para o Corinthians. No começo da minha gestão, cometemos erros porque não tínhamos um executivo de mercado”.
O ex-mandatário fez questão de destacar o fato de que trouxe novos patrocinadores e aumentou outras receitas.
“Contratamos bons jogadores, mas pagamos um preço alto. Foi assim com o Garro e com o Félix Torres. Deixei ao clube grandes receitas de TV, de placas de publicidade e outras situações como o contrato da Adidas que depois decidiram por renovar com a Nike. Só a venda do Denner foi de mais de 8 milhões de euros à vista. Com certeza entraram mais de R$ 120 milhões. Por que não pagaram? Eu tive o mesmo problema no ano passado e paguei os transferbans das gestões passadas. Estão antecipando as minhas receitas. Eles não têm competência e querem jogar nas minhas costas, mas contratei com anuência do financeiro e do jurídico”.
Ele ainda falou que fez o que fez para evitar a queda para a série B.
“Você atrasa, mas paga antes de ser contestado. Deixamos chegar perto do limite. Isso infelizmente é normal dentro do que é a atual situação do Corinthians, a dívida é muito alta. Não fui eu quem criou essa situação. Precisei fazer isso (gastar na montagem do time) para que o Corinthians não caísse para a Série B. O que era mais importante: ficar devendo no mercado ou cair para a Série B?”.
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