“Este é um momento que renasce de nós mesmos. Porque o Futebol tem um pouco de cada um de nós. Tem um pouco de nossa vontade, um pouco da vontade nossa. Um pouco da nossa ilusão, um pouco da ilusão nossa. Um pouco da nossa realização, um pouco da nossa liberdade”
Foi com essas palavras que Osmar Santos, pela Rádio Globo AM celebrava o gol de Ataliba. O quarto do Corinthians contra o esquadrão do Flamengo na vitória por 4×1 nas Quartas de Final do Brasileiro de 1984 e que levava o Timão para a Semi do Brasileiro contra o Fluminense. Tempos áureos da Rádio Esportiva, que dificilmente voltarão a acontecer com tamanha magia e mexendo com nosso imaginário.
Hoje é celebrado o Dia do Rádio. Uma mídia que segue viva nos lares brasileiros, principalmente na Zona Rural e interior. Mas que o cenário do presente e futuro, principalmente o Rádio Esportivo, é bastante sombrio. Com o crescimento de Podcasts, Streamings, serviços como Globoplay, Amazon Prime e Netflx, e principalmente o imediatismo das Redes Sociais sepultaram o imaginário do Rádio. Grandes emissoras como a própria Rádio Globo em SP encerraram atividade. Outras seguem agonizando. E o primeiro local a ser cortado é o Esporte, pelo alto custo pra competir com a velocidade das Redes Sociais.
Hoje, o hábito de ouvir sem a imagem troca o Rádio pelos Podcasts. Onde o ouvinte escolhe onde e quando ouvir. Com mais qualidade de áudio. Hoje, o Corinthians marca um gol no Japão e em 5 segundos está no Twitter alguém twittando “Gol”. É possível que em pouco tempo os narradores de Futebol na Rádio sejam extintos. Pouco a pouco, obsoletos, com grandes nomes demitidos. O jeito de se ouvir esporte se transforma. Agoniza, mas não morre. Ganha a tecnologia, porém, com menos magia, menos imaginário e menos inteligência em épocas onde tudo é descartável.