Nada como um dia após o outro, já diria o velho ditado. Chegava a hora do Corinthians conhecer o sabor da conquista tão almejada.
Era 4 de julho de 2012, o dia de enfrentar o Boca Juniors no Pacaembu.
Ensinar aos argentinos, que tanto se gabam de ter uma torcida vibrante, o que de fato é uma festa legitimamente corinthiana.
O Corinthians chegava invicto, que tinha sofrido apenas 4 gols durante toda a competição, com um elenco forte, consolidado e que tinha muita vontade de ser campeão.
Por outro lado, o Boca, temido por muitos, multicampeão da Libertadores, bicho papão de outrora, com Riquelme vestindo a 10.
Mas, nada disso seria o suficiente para parar o Corinthians embalado, com sua camisa pesada e seus milhões de torcedores, representados pelos milhares que estariam naquela noite na “saudosa maloca”, o Pacaembu.
O jogo
Estudado como toda final, Corinthians e Boca tentavam o ataque sem descobrir a defesa.
O Corinthians chegava pelas pontas, com Sheik inspirado, Jorge Henrique indo para cima e criava chances usando esse expediente.
O Boca sofreu um duro golpe ainda no primeiro tempo, com a lesão do goleiro Orión, que deu lugar à Sebastián Sosa.
Sosa havia sido vice-campeão no ano anterior, vestindo a camisa do tradicional Penãrol, em decisão contra o Santos de Neymar, que em 12, caiu para o Corinthians na fase anterior.
Sosa não tinha a segurança de Orión e soltava bolas que os atacantes corinthianos não aproveitavam.
O zero a zero do primeiro tempo foi angustiante por ser uma decisão, mas não necessariamente pelo jogo, já que o Corinthians teve amplo domínio e o Boca pouco incomodou.
Segundo tempo – Festa do Corinthians
A segunda etapa começa e não há tempo para tensão.
Aos oito minutos, falta pelo lado direito, cometida por Riquelme, que discute com Tite, que responde com seu tradicional “Fala Muito”, mas logo se contém e foca no jogo.
Alex levanta para a área, Jorge Henrique desvia, bate-rebate que sobra onde tinha que sobrar.
Danilo, o gelado de Oscar Ulysses, ajeita de calcanhar e o predestinado Emerson Sheik enche o pé, sem nenhuma chance de defesa para Sosa.
Sheik corre para a torcida, recebe o abraço de Chicão, o xerife da zaga, dono da posição e que, ao lado de Leandro Castan, formou uma das melhores duplas da história do Corinthians.
Um a zero que força o time xeneize ir à frente.
Cássio salva em cabeçada de Schiavi, em boa chegada de Mouche.
No entanto, a festa tinha dono.
Em lance despretensioso, Schiavi tenta o recuo, mas a bola fica com Sheik, que arranca, deixa Caruzzo com muita facilidade para trás e na saída de Sosa, define o placar.
Não havia mais o que o Boca poderia fazer.
O Timão, por pouco, não faz o terceiro, em cobrança de falta de Chicão que parou na rede, mas pelo lado de fora.
Seria lindo aquele gol, entretanto, a festa estava completa.
Não, não estava.
Sheik, um capítulo à parte
Márcio Passos de Albuquerque, o Emerson Sheik, chegou no Corinthians em 2011, após cantar a música “Bonde do Mengão sem freio” dentro de um ônibus.
Não teria nenhum problema, se esse ônibus não fosse o do Fluminense!
O Corinthians precisava de um atacante, já que Gilberto preferiu o Internacional quando estava acertado com o alvinegro.
Sem problemas, Gilberto seguiu a vida e Sheik chegou.
Melhor não poderia ter sido.
Fundamental no título brasileiro de 2011 e autor dos dois gols da final épica da Libertadores.
Além disso, o episódio Caruzzo, onde o zagueiro argentino tentou de todas as formas desestabilizar o camisa 11 e o máximo que conseguiu foi uma mordida nos dedos.
Caruzzo não tirou Sheik do sério, o Boca não tirou o título do Corinthians.
Maktub, estava escrito, o 4 de julho era dia de festa do povo escolhido.
Era dia da independência corinthiana.
Era dia de soltar o grito preso há tempos.
É campeão!!!
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