2021 marca o aniversário de 111 anos do Timão. Durante este período, o alvinegro do Parque São Jorge conquistou 54 troféus nacionais e internacionais, mas quais são os títulos mais importantes do Corinthians?
Como se pode imaginar, é difícil fazer uma lista sem deixar taças marcantes de fora. Você com certeza sentirá a falta de algum título nesta lista. Contudo, analisando a história cenenária do Corinthians, os 11 gritos de campeão mais importantes foram os seguintes:
Campeonato Paulista de 1954
A cidade de São Paulo comemorou seu IV Centenário em 1954 e o Campeonato Paulista deste ano tão representativo não poderia ficar em mãos diferentes que as do maior time da cidade.
Este título foi a cereja do bolo de um dos times mais vitoriosos da história do Corinthians, campeão dos torneios Rio-São Paulo de 1650, 1952 e 1953 e os Campeonatos Paulistas de 1951, 1952 e 1954. Comandado por Oswaldo Brandão, o Timão contava com ídolos como o goleiro Gylmar dos Santos Neves e os atacantes Luizinho, Baltazar e Cláudio.
O Campeonato Paulista do IV Centenário foi disputado no formato de pontos corridos. Assim, o Timão estreou no dia 14 de agosto e venceu o Ypiranga por 1 a 0, com gol de Luizinho. Outras partidas marcantes do Corinthians na competição foram as vitórias de 2 a 1 sobre o São Paulo, 5 a 0 sobre o Noroeste e 6 a 1 sobre a Ponte Preta.
Dessa forma, na penúltima rodada, Corinthians e Palmeiras foram ao Pacaembu para definir quem ficaria com a título do IV Centenário. O Timão tinha vencido os dois últimos derbys do ano, com Cláudio deu a vitória por 1 a 0 pelo Torneio Rio São Paulo e os dois de Luizinho e um de Baltazar garantindo a virada que deu ao alvinegro quatro pontos de vantagem na liderança.
No confronto derradeiro, Luizinho recebeu cruzamento de Cláudio e finalizou de cabeça, abrindo o placar. O Palmeiras até chegou a empatar e pressionou em busca da virada, mas Gylmar fechou o gol e deu a taça ao Corinthians – foi o último título antes da seca de 23 anos sem conquistas.
Campeonato Paulista de 1977
Depois de levantar a taça do IV Centenário, o Timão passou pela maior seca de títulos da sua história. Foram 22 anos, 8 meses e 7 dias sem soltar o título de campeão – e, por isso, que a taça que encerrou este jejum sempre estará entre os títulos mais marcantes do Corinthians.
Curiosamente, o comandante do título de 1977 foi o mesmo do de 1954. Após um começo difícil, Oswaldo Brandão retornou para encerrar o jejum. Com jogadores lendários como os laterais Wladimir e Zé Maria e o meia Basílio, o alvinegro precisou correr atrás do prejuízo depois do Botafogo de Ribeirão Preto vencer o primeiro turno da competição.
Foram 13 vitórias em 18 jogos que permitiram credenciaram o Timão a se tornar o vencedor do segundo turno – fato consumado após vencer os rivais São Paulo e Palmeiras. Dessa forma, o Corinthians se classificou para o terceiro e último turno.
Nesta fase, os oito melhores times foram separados em dois grupos, com o melhor de cada se classificando à final. Ao superar São Paulo, Portuguesa e Guarani, o Corinthians chegou à decisão contra a Ponte Preta.
Foram três partidas disputadas no Morumbi. Na primeira, Palhinha fez o gol que garantiu a vitória corinthiana. Dias depois, Waguinho deixou o alvinegro em vantagem, mas Dicá e Rui Rei comandaram a virada da Ponte Preta.
No dia 13 de outubro de 1977, o Corinthians encerrou o jejum de 23 anos sem títulos. Após 81 minutos sem tirar o zero do placar, o gol finalmente veio. Após levantamento de Zé Maria na área, Basílio ajeitou para Waguinho acertar a trave. Wladimir aproveitou a sobra, mas acertou o defensor pontepretano. A bola sobrou para Basílio e o Pé de Anjo fez um dos gols mais importantes da história do Corinthians.
Campeonato Paulista de 1982
Falando sobre conquistas marcantes do Corinthians, não se pode deixar de lado as da Democracia Corinthiana. Liderada por nomes como os meias Sócrates e Zenon, o centroavante Casagrande, o lateral Wladimir e Zenon, a equipe não só lutou pelo fim da ditadura militar, como também tomava todas as decisões de maneira democrática – todos os votos tinham o mesmo peso, do roupeiro ao técnico.
Derrotado pelo Grêmio, o Timão ficou em quarto lugar na Taça Prata. Apesar de não ter ficado com o título, a boa campanha aumentou a confiança para o Campeonato Paulista de 1982.
O São Paulo era considerado o favorito ao título e era um adversário fortíssimo, com jogadores como Serginho Chulapa, Dario Pereyra, Oscar, Zé Sérgio e Waldir Peres. Além disso, defendia o bicampeonato paulista.
Vencedor do primeiro turno, o Corinthians se classificou à final contra o próprio tricolor. No primeiro jogo, Sócrates definiu a vitória por 1 a 0. Na volta, dois gols de Biro-Biro e um de Casagrande selaram a vitória por 3 a 1 e acabaram com o sonho do tricampeonato são paulino.
No ano seguinte, o Corinthians reforçou o time da Democracia Corinthiana com nomes como o goleiro Leão, o volante Paulinho e o zagueiro Juninho. Com um time ainda mais forte, se sagrou bicampeão paulista contra o mesmo São Paulo.
Campeonato Brasileiro de 1990
Apesar de sua tradição e vasta lista de troféus, o Corinthians só teve o prazer de conquistar o Campeonato Brasileiro em 1990. Antes disso, times fortes do alvinegro bateram na trave – como no doloroso vice-campeonato de 1976, quando o Timão teve seu sonho negado pelo Internacional de Falcão.
Quis o destino que o primeiro título nacional do Corinthians fosse conquistado por um time que, no papel, não era visto como um postulante ao caneco. Se não era referência técnica, o Timão compensava com raça e disposição – o que para a Fiel já é o suficiente.
Comandado pelo meia – e xodó – Neto, o alvinegro também teve como destaques o goleiro Ronaldo, o volante Márcio, o meia Wilson Mano e o atacante Tupãzinho.
Após duas derrotas no primeiro jogo, o presidente Vicente Matheus trocou o treinador Zé Maria por Nelsinho Baptista. Com uma sequência de onze jogos sem perder, o Corinthians ficou em quarto lugar na fase classificatória.
Nas quartas de final, o adversário foi o Atlético-MG. A partida de ida foi no Pacaembu e os mineiros abriram o placar aos 15 minutos. Motivo de desespero? Não, pois a estrela de Neto brilhou e fez os dois gols da virada. Em Belo Horizonte, o Corinthians segurou o empate sem gols e conquistou a classificação.
O roteiro das semifinais foi praticamente idêntico. Contra o Bahia, o alvinegro começou atrás após ser vazado aos 2 minutos em pleno Pacaembu. Novamente, Neto resolveu a partida com um cruzamento para Paulo Rodrigues empatar e garantiu a vitória com um golaço de falta. No jogo de volta, outro empate sem gols levou o Corinthians à final.
Para vencer a decisão, o alvinegro precisaria derrotar um rival: o São Paulo de Telê Santana, que contava com nomes como Zetti, Cafu e Raí. Visto como azarão, o Timão venceu as duas partidas no Morumbi pelo placar mínimo, com Wilson Mano e Tupãzinho selando o primeiro título nacional do Corinthians.
Copa do Brasil de 1995
Pegando o embalo de uma conquista inédita, vamos falar de outra: a Copa do Brasil de 1995. Após conquistar o Campeonato Paulista, o Corinthians entrou na competição nacional forte, com nomes como o goleiro Ronaldo, o lateral Sylvinho, o volante Zé Elias, o meia Marcelinho Carioca e o atacante Viola.
Na estreia, o Corinthians visitou o Operário, no Mato Groso, e empatou por 1 a 1. Após este jogo, o treinador Mário Sérgio foi substituído por Eduardo Amorim. Em seguida, o alvinegro goleou o adversário por 4 a 0, com gols de Henrique, Elivélton e dois de Célio Silva.
Em seguida, foi a vez do Rio Branco, do Acre. Foram duas vitórias tranquilas pelos placares de 3 a 0 e 2 a 0, com dois gols de Marques e três de Marcelinho Carioca.
Classificado às quartas de final, o Corinthians em seguida enfrentou o Paraná Clube. Após o empate sem gols em Curitiba, o alvinegro venceu os paranaenses pelo placar de 2 a 1 no Pacaembu, com dois gols de Viola.
O adversário das semifinais foi o Vasco da Gama de Abel Braga – e o Timão se classificou com facilidade. No Maracanã, Marcelinho Carioca garantiu a vitória simples. Com uma boa vantagem, o Corinthians aplicou uma goleada histórica no Pacaembu: 5 a 0, com três gols de Viola, um de Souza e o gol contra de Ricardo Rocha.
Classificado à final, o Timão teve com o adversário o Grêmio de Luiz Felipe Scolari. Campeão da competição no ano anterior, o time gaúcho seria venceria a Libertadores no mês seguinte.
O Corinthians venceu ambas as partidas. Na ida, Marcelinho Carioca e Viola fizeram os gols da vitória por 2 a 1. Já em Porto Alegre, Marcelinho Carioca sacramentou o título com outro tento – o Pé de Anjo foi artilheiro da competição, com seis bolas na rede. Campeão invicto, o Timão seu terceiro título nacional.
Campeonato Brasileiro de 1998
Se não é sofrido não é Corinthians? Títulos como o Campeonato Brasileiro de 1998 mostram que o Timão com tranquilidade e futebol vistoso. Comandado pelo treinador Vanderlei Luxemburgo, o Timão era repleto de craques como o zagueiro Gamarra, os volantes Vampeta e Rincón, os meias Ricardinho e Marcelinho Carioca e os atacantes Edilson e Dinei.
Competitivo, o Corinthians deu show na primeira fase, com destaque à goleada por 5 a 1 sobre o Atlético-MG em pleno Mineirão, com gols de Edilson, Mirandinha e três de Marcelinho Carioca. Melhor time da fase de classificação, o Timão conquistou a vantagem de decidir em casa.
Nas quartas de final, o alvinegro venceu o Grêmio por 1 a 0, com gol de Rincón. No entanto, uma derrota por 2 a 0 no Pacaembu forçou a necessidade de uma terceira partida. Com gol de Edilson, o Corinthians venceu os gaúchos e passou para a semi-final.
No clássico contra o Santos, Gamarra abriu o placar para o Timão na Vila Belmiro. No entanto, Róbson Luís e Viola comandaram a virada dos anfitriões. Marcelinho Carioca e Edilson marcaram os gols do Timão no Pacaembu, garantindo a vitória por 2 a 0. Na terceira partida, Edilson fez o gol que definiu o placar por 1 a 0 e sacramentou a ida à final.
Contra o Cruzeiro, o time de Luxemburgo teve confrontos duríssimos. No Mineirão, a raposa abriu dois gols de vantagem, mas Dinei entrou para garantir o empate com um gol e uma assistência para Marcelinho Carioca.
No Morumbi, outro empate. Marcelinho Carioca marcou com outro passe de Dinei, mas Marcelo Ramos igualar o placar. Já a terceira partida até foi difícil, mas o Corinthians finalmente venceu o Cruzeiro. Dinei saiu do banco o intervalo e foi decisivo com duas assistências, para Edilson e Marcelinho Carioca. A vitória por 2 a 0 sacramentou o bicampeonato brasileiro.
E as glórias não pararam por aí. Com a saída do técnico Vanderlei Luxemburgo para a Seleção Brasileira, Oswaldo de Oliveira assumiu o Corinthians e comandou o time na campanha seguinte, onde o Timão conquistou o tricampeonato brasileiro. Com contratações pontuais como o goleiro Dida e o atacante Luizão, o alvinegro viveu um dos seus períodos dourados – o que nos leva ao próximo título da lista.
Mundial de Clubes de 2000
Organizada pela Toyota, a Copa Intercontinental definia o campeão mundial num confronto entre o vencedor da Libertadores e da Liga dos Campeões. Mas e o resto dos continentes, como fica? Pensando nisso, a Fifa decidiu organizar o Mundial de Clubes para tornar a disputa mais abrangente.
Com partidas no Rio de Janeiro e em São Paulo, a primeira edição da competição foi realizada no início do ano 2000. Além dos seis campeões continentais, a entidade convidou o então campeão intercontinental Real Madrid e o campeão nacional do país sede: o Corinthians.
Bicampeão brasileiro, o Timão contava com um dos maiores times da sua história. Entre os principais destaques estavam o goleiro Dida, o lateral esquerdo Kléber, os volantes Vampeta e Freddy Rincón, os meias Marcelinho Carioca e Ricardinho e os atacantes Edilson e Luizão.
Na estreia, o Corinthians enfrentou o Raja Casablanca, de Marrocos. Com gols de Luizão e Fábio Luciano após um primeiro tempo truncado, o alvinegro conquistou seus primeiros pontos.
Já a partida seguinte foi contra o poderoso Real Madrid, de Casillas, Roberto Carlos, Raul e Anelka. Antes do duelo, o vice-presidente do clube espanhol Juan Onieva provocou Edilson que, segundo ele, precisaria de três vidas para chegar ao nível de Karembeu.
Por isso, o Capetinha resolveu mostrar em campo como o dirigente estava equivocado. Autor dos dois gols corinthianos no empate contra o Real Madrid, Edilson deu uma caneta no volante francês e fez um golaço, eternizado pela narração de Luciano do Valle.
Concluindo a fase de grupos, o Corinthians derrotou o Al Nassr, da Arábia Saudita. Com tentos de Ricardinho e Rincón, a vitória garantiu a classificação à final graças ao saldo de gols. O adversário seria o Vasco da Gama, campeão da Libertadores e que derrotou o South Melbourne, da Austrália, o Manchester United, da Inglaterra, e o Necaxa, do México.
Como se pode imaginar, a final do Mundial de 2000 foi difícil. Ambos os times eram fortíssimos e a prorrogação terminou sem mudança no placar, levando a decisão à disputa de pênaltis.
Dida defendeu a cobrança de Gilberto e Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu Gaspar converteram suas oportunidades. Marcelinho Carioca perdeu o pênalti derradeiro, mas Edmundo chutou por cima do gol alvinegro. O Corinthians se sagrou o primeiro campeão mundial da Fifa – e mesmo sem uma Libertadores!
Copa do Brasil de 2009
Rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2007, o Timão passou por um processo de reestruturação na temporada seguinte. Apesar de terminar o ano com a melhor campanha da história da Série B, o Corinthians teve um período difícil: a dolorosa derrota na final da Copa do Brasil. Após vitória sobre o Sport pelo placar de 3 a 1 no Morumbi, o alvinegro perdeu por 2 a 0 na Ilha do Retiro e foi vice.
De volta à primeira divisão em 2009, a base do time de Mano Menezes se manteve. Referências como os zagueiros Chicão, o lateral Alessandro, o volante Elias e o meia Douglas receberam colegas de peso como o atacante Jorge Henrique e uma das maiores contratações da história do futebol brasileiro: o centroavante Ronaldo.
Eleito três vezes o melhor jogador do mundo e vencedor de duas Copas do Mundo, o Fenômeno estava sem clube após sofrer outra lesão no joelho esquerdo quando defendia o Milan. Se recuperando na Gávea, muitos imaginavam que Ronaldo defenderia o Flamengo.
No entanto, o presidente Andrés Sanchez viu a oportunidade de repatriar o atacante lendário. Com um projeto ambicioso, o Corinthians anunciou a contratação de Ronaldo em dezembro de 2008. A chegada do Fenômeno ao Parque São Jorge revolucionou o clube, trazendo visibilidade e investimentos em estrutura.
Devido aos histórico de lesões e ao hipotireoidismo que deixava o jogador acima do peso considerado ideal para um atleta, muitos questionaram se a contratação daria certo. Ronaldo fez o que estava acostumado a fazer desde sempre: calar críticos e dar a volta por cima.
O Corinthians estreou na Copa do Brasil contra o Itumbiara, onde venceu por 2 a 0 com gols de Chicão e André Santos. Aos 21 do segundo tempo, Ronaldo entrou no lugar de Souza e fez sua primeira partida pelo alvinegro. Na segunda fase, o Timão visitou o Misto, no Mato Grosso do Sul, e repetiu o placar (e os marcadores de gol).
Classificado às oitavas de final, o alvinegro do Parque São Jorge teve seu primeiro adversário complicado na competição: o Athlético-PR. Com o título do Campeonato Paulista encaminhado, o Corinthians visitou a Arena da Baixada e teve vida dura. Chegou a ficar com uma desvantagem de três gols, mas Cristian e Dentinho aliviaram o prejuízo.
Precisando de uma vitória simples para se classificar, o Corinthians contou com a estrela de Ronaldo para avançar. O Fenômeno marcou duas vezes: um chutaço de fora da área e cobrando um pênalti que ele mesmo sofreu.
Na fase seguinte, o adversário foi o Fluminense. Dentinho garantiu a vitória simples no Pacaembu, permitindo que um empate no Maracanã classificasse o Timão. Os gols de Chicão e Jorge Henrique garantiram o empate por 2 a 2 e a vaga.
Já nas semi-finais, o Vasco da Gama se mostrou um adversário perigoso às pretensões corinthianas. No Maracanã, Dentinho abriu o placar para o Corinthians, mas Rodrigo Pimpão empatou para os cariocas. Já no Pacaembu, o Timão jogou com inteligência para garantir o empate e voltar à final da Copa do Brasil após um ano.
O adversário neste confronto foi o Internacional, que perdeu o título do Campeonato Brasileiro de 2005 para o Timão. Com o objetivo de pressionar a arbitragem, o presidente colorado Fernando Carvalho produziu um dossiê com supostos erros de arbitragem favoráveis ao Corinthians e entregou à CBF.
No Pacaembu, ambos os times entraram em campo com desfalques importantes. O Timão não contava com André Santos, que defendeu a Seleção Brasileira na Copa das Confederações. Mesmo assim, Jorge Henrique e Ronaldo garantiram a vitória por 2 a 0, construindo uma boa vantagem para o Corinthians.
Apesar da vantagem construída ser semelhante à do ano anterior, o roteiro foi diferente. Jorge Henrique e André Santos ampliaram a vantagem alvinegra no Beira Rio. Alecsandro entrou e empatou a partida, com dois gols. Ainda teve tempo para o argentino D’Alessandro perder a cabeça e causar tumulto, sendo expulso.
Tricampeão da Copa do Brasil, o Corinthians coroou a boa primeira passagem de Mano Menezes com este título, além do Campeonato Paulista de 2009 e a Série B de 2008. Esta conquista mostrou ao mundo do futebol o que já sabíamos: o Coringão voltou.
Libertadores de 2012
O Corinthians estreou na Libertadores em 1977, ao empatar com o Internacional pelo placar de 1 a 1 no Morumbi. Eliminado na fase de grupos, o Timão teve eliminações traumáticas até finalmente conquistar o tão sonhado título após 35 anos.
Pentacampeão brasileiro, o Corinthians se reforçou para a disputa do torneio continental. Com as chegadas dos atacantes Gilsinho e Elton, o retorno do meia Douglas e do goleiro Cássio, o Timão só se desfez de atletas que pouco atuavam como o volante Moradei e o centroavante Adriano.
Na estreia, o alvinegro do Parque São Jorge visitou o Deportivo Táchira, da Venezuela, e empatou nos acréscimos com gol do volante Ralf. Foi uma fase de grupos tranquila, com duas vitórias sobre o Nacional do Paraguai, uma vitória e um empate sobre o Cruz Azul do México e uma goleada de 6 a 0 sobre o time venezualano.
Apesar dos bons resultados, nem tudo foi um mar de rosas. Estamos falando da Libertadores, mas é impossível contar esta história sem mencionar a dolorosa eliminação no Campeonato Paulista. Derrotado pela Ponte Preta em pleno Pacaembu, o Corinthians mostrou que mudanças precisavam ser feitas.
Por isso, o técnico Tite mudou o time titular para as oitavas de final da Libertadores, quando visitou o Emelec. O atacante Liedson deu lugar a Willian e o goleiro Julio César foi substituído por Cássio. Após o empate sem gols no Equador, o Timão não tomou conhecimento do adversário na partida de volta: 3 a 0.
Nas quartas de final, foram dois jogos duríssimos contra o Vasco da Gama. O Corinthians empatou sem gols em São Januário e conquistou a classificação em um dos jogos mais emocionantes do século. Após falha do lateral direito Alessandro, o atacante cruzmaltino Diego Souza consagrou Cássio, que fez uma defesa heróica. Pouco depois, o volante Paulinho fez o gol da vitória e comemorou no alambrado – e Tite, expulso, celebrou no meio da Fiel.
Já a semi-final contou com outro rival local: o Santos de Muricy Ramalho, que defendia o título conquistado no ano anterior e contava com Neymar, Paulo Henrique Ganso, Arouca e Borges. Na Vila Belmiro, Emerson Sheik decidiu a partida com um golaço – e foi expulso. Já no Pacaembu, o Timão saiu atrás, mas empatou com gol do meia Danilo e garantiu a vaga à sua primeira decisão de Libertadores.
O adversário na final foi o hexacampeão Boca Juniors, grande bicho papão do torneio. Roncaglia abriu o placar para os argentinos. Presente no estádio, Maradona vibrou e parecia que o Timão voltaria a São Paulo em desvantagem.
Parecia. Tite decidiu escalou o recém-chegado Romarinho, que estreara dias antes com dois gols sobre o Palmeiras. Em seu primeiro toque na bola, empatou a partida com uma belíssima cavadinha. Olha o Romarinho!
No Pacaembu, o Timão não tomou conhecimento do adversário e carimbou o título com dois gols do atacante Emerson Sheik. O Corinthians se tornou o sexto campeão invicto da Libertadores – o com o maior número de jogos, com 8 vitórias e 6 empates.
Mundial de Clubes de 2012
Depois de vencer a tão sonhada Libertadores, o Corinthians passou o segundo semestre se preparando para a disputa do Mundial de Clubes, no Japão. Titulares, o zagueiro e o Leandro Castán e o meia Alex deixaram o alvinegro. Na reserva, os atacantes Liedson e Willian também foram negociados.
Falando sobre reforços, os atacantes Paolo Guerrero e Juan Martinez chegaram, além do zagueiro Anderson Polga e do volante Guilherme. Ex-Portuguesa, o meio campista não disputou a competição continental por ter sido contratado após o prazo final dado pela Fifa.
Após meses de planejamento, o Timão enfrentou o São Paulo na última rodada do Campeonato Brasileiro. Após abrir o placar com Guerrero, o alvinegro levou a virada e perdeu por 3 a 1. Apesar de doloroso, o revés foi crucial para o time de Tite chegar ao Japão e levantar o caneco.
Como sempre, a Fiel Torcida demonstrou todo seu apoio e invadiu o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Emocionados, os jogadores desceram do ônibus para agradecer e embarcaram rumo ao oriente.
Na estréia, o Timão enfrentou o Al Ahly, campeão da Liga dos Campeões da África. Como se pode esperar de uma partida de Mundial de Clubes, foi um confronto difícil. Aos 29 do primeiro tempo, Douglas cruzou para Guerrero dar números finais à partida – mesmo com o time egípcio oferecendo perigo.
Como todos imaginavam antes do torneio, o adversário na final seria o Chelsea, da Inglaterra. Campeões da Liga dos Campeões da Europa, os Blues passavam por um processo de reestruturação. Após um início de temporada decepcionante, o técnico Roberto Di Matteo foi substituído por Rafa Benítez. Herói do título inédito, o atacante Didier Drogba deixou o clube e o capitão John Terry enfrentava problemas físicos.
Mesmo assim, o Chelsea chegou ao Japão numa crescente. Recém-contratados, o meia Oscar e o atacante Eden Hazard eram ameaças reais ao sonho do bi mundial, além de nomes já estabelecidos como os volantes Frank Lampard e Ramires e o zagueiro David Luiz.
Não à toa, os ingleses venceram o Monterrey, do México, com facilidade. Ao assistir à partida, Tite percebeu que precisaria mudar a escalação do time visando a grande final. O meia Douglas foi sacado para a entrada do atacante Jorge Henrique, que ajudaria o lateral Alessandro a conter os avanços de Hazard.
E nem precisa dizer que deu certo, né? Afinal, estamos falando desta partida entre os títulos mais importantes da história do Corinthians. Forte mentalmente e firme na defesa, o Corinthians soube encarar o Chelsea. Além disso, a invasão corinthiana no Japão foi outro fator que favoreceu o Timão. Não se ouvia a torcida do Chelsea, abafada pelos cantos do bando de loucos.
Eleito o melhor jogador em campo, o goleiro Cássio fez uma partida lendária com incontáveis defesas difíceis – entre elas o chute à queima roupa de Cahill, a finalização colocada de Moses e até a chance claríssima de Fernando Torres perto do fim.
Esta grandíssima atuação foi coroada com a vitória. Após jogada de Paulinho e Danilo na área, a bola sobrou para Guerrero cabecear e fazer o gol do título. Bicampeão mundial, o Corinthians foi o último clube sulamericano a conquistar o título.
Campeonato Paulista de 2018
Após vencer o Campeonato Brasileiro de 2017, o Corinthians começou a temporada seguinte sem dois dos principais nomes do time que se sagrou heptacampeão nacional. O lateral-esquerdo Guilherme Arana e o centroavante Jô foram vendidos, respectivamente, para o Sevilla e o Nagoya Grampus.
Substituir dois de seus pilares não foi uma missão fácil para o técnico Fábio Carille. Na lateral esquerda, Guilherme Romão começou a temporada, perdendo a vaga para o recém-contratado Juninho Capixaba, ex-Bahia. Como nenhum dos dois correspondeu, a diretoria trouxe Sidcley, do Athlético-PR.
E no ataque? Reserva na temporada anterior, o turco Kazim teve a oportunidade de assumir a titularidade. Fez gol no amistoso contra o Rangers e foi sacado do time. De volta após empréstimo, Lucca também teve oportunidades, assim com o novo-velho reforço Emerson Sheik. A solução encontrada, no entanto, foi jogar sem uma referência no ataque – e funcionou.
Se no Campeonato Paulista de 2017 o Corinthians teve uma trajetória mais tranquila rumo ao título, a edição seguinte foi marcada por uma história diferente. Nas quartas de final, o Timão foi derrotado pelo Bragantino no Pacaembu e precisou reverter o resultado na Neo Química Arena – conseguiu, com gols de Sidcley e Maycon.
O adversário na semi-final foi o São Paulo, derrotado na primeira fase por 2 a 1. No entanto, o rival chegou ao mata-mata fortalecido e derrotou o Timão pelo placar mínimo, em tarde que o treinador Diego Aguirre ignorou Carille.
Na volta, o Corinthians devolveu o placar com gol de Rodriguinho nos minutos finais, levando a partida para os pênaltis. Cássio defendeu as cobranças de Diego Souza e Liziero, carimbando a vaga à final contra o Palmeiras.
Vale ressaltar que a rivalidade com o alviverde estava inflamadíssima após ambos brigarem pelo título do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Timão. Além disso, o Corinthians vinha de quatro vitórias consecutivas no derby. Ou seja, era questão de honra para o Palmeiras.
Na Neo Química Arena, Miguel Borja fez o gol da vitória dos visitantes. Clayson e Felipe Melo foram expulsos após briga, fazendo com que o Corinthians precisasse ir ao Allianz Parque para reverter o resultado. Em treino aberto antes da finalíssima, a Fiel demonstrou todo seu amor à camisa – e o apoio deixou o Timão ainda mais motivado para vencer o rival.
Foi o que aconteceu. Na segunda partida, Rodriguinho recebeu de Matheus Vital e abriu o placar no segundo minuto do jogo. Foi um duelo parelho, mas uma decisão da arbitragem tornou esta final pauta por muito tempo.
Ralf desarmou Dudu na área e o atacante caiu. O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza marcou penalidade máxima para o Palmeiras e cancelou o pênalti após ser avisado pelo auxiliar.
Após o fim do tempo regulamentar, o título foi decidido nos pênaltis. Cássio mais uma vez foi decisivo e defendeu as cobranças de Dudu e Lucas Lima. Dessa forma, o Corinthians conquistou seu vigésimo nono título paulista no estádio do Palmeiras e calou a torcida rival.
Revoltados, os jogadores, torcedores e a diretoria do Palmeiras reclamaram do lance durante muito tempo após o apito final – o presidente Maurício Galiotte tentou impugnar a partida alegando interferência externa, mas contratou uma auditoria que não conseguiu comprovar as acusações.
Quantos títulos o Corinthians tem?
Por fim, além dos 11 citados, o Timão conquistou outros 43 campeonatos. O Corinthians possui 54 títulos oficiais.
Copa Libertadores da América: 2012 (1)
Recopa Sulamericana: 2013 (1)
Mundial de Clubes: 2000 e 2012 (2)
Campeonato Paulista: 1914, 1916, 1922, 1923, 1924, 1928, 1929, 1930, 1937, 1938, 1939, 1941, 1951, 1952, 1954, 1977, 1979, 1982, 1983, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003, 2009, 2013, 2017, 2018, 2019 (30)
Copa Bandeirantes: 1994 (1)
Torneio Rio São Paulo: 1950, 1953, 1954, 1966 e 2002 (5)
Taça dos Campeões Rio-São Paulo: 1929 e 1941 (2)
Campeonato Brasileiro: 1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015, 2017 (7)
Campeonato Brasileiro – Série B: 2008 (1)
Copa do Brasil: 1995, 2002, 2009 (3)Supercopa do Brasil: 1991 (1)