Dezembro de 1990. Era um país em ebulição. Ao som de Lambada e Sertanejo nas rádios, Pantanal estourando na TV Manchete e o torcedor do Corinthians na incerteza do Plano Collor, guardava alguns Cruzeiros para comprar seu ingresso em noites de Pacaembu ou Morumbi.
Não só Dezembro, mas grande parte de 1990 eram diversos dias de Neto. Ora, mas outro corinthiano também era destaque naquele Dezembro. Era o garoto Ayrton Senna, Bicampeão Mundial de F1 com a McLaren.
Mas a grande expectativa era o primeiro título Brasileiro do Corinthians. O Timão semana a semana deixava pra trás a incerteza e crescia no Campeonato com vitórias convincentes contra Palmeiras e Flamengo no Maracanã, por exemplo.
O mata-mata chegava e o favorito sempre era o outro. O Grêmio, campeão da Copa do Brasil do ano anterior. O Atlético Mineiro de Gérson. O Bahia de Paulo Rodrigues e Charles. O São Paulo do recém-chegado Telê Santana e de um time extremamente talentoso. E tinha o Corinthians de Neto, Wilson Mano, Márcio, Ronaldo e um predestinado com nome de Deus: Tupãzinho.
Após eliminar Atlético Mineiro e Bahia, o voluntarioso time de Nelsinho Baptista avançava para a Final contra o São Paulo. No primeiro jogo, Wilson Mano de joelho. No segundo, num dia 16 de dezembro como hoje, com mais de 100.000 pessoas no Morumbi, estava escrito que o sofrimento da espera seria cessado por um Deus.
Que assim seja. De carrinho, mas sem trovoada. Era a apoteose de Deus Tupã numa fábula de um país surreal. Trinta anos atrás e o Brasil descobria o seu maior gigante da bola.
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