O Natal de 2012 reservava algumas cenas bastante inesquecíveis para a Fiel. Mais do que o Corinthians comandado por Tite ganhar o Bicampeonato Mundial da FIFA na bola, na arte, existia naquele fim de ano uma questão geográfica, de ocupação. Meio que tabuleiro de “War”. Até certo ponto preconceituosa por parte de alguns.
Como invadir o Japão? Estava em jogo o time que teoricamente não tinha passaporte na boca dos rivais, e pasme, até em programas esportivos. Um certo deboche carregado de preconceito. O Japão não era logo ali. Mas isso desafiou a Fiel de uma tal forma que, mais do que vencer Al Ahly e Chelsea, era atravessar o mundo.
De vaquinhas, rifas, moto, fogão, geladeira, sogra, todos vendidos a investimentos polpudos de meses (até anos!). A oportunidade de ver o Timão Bicampeão do Mundo em Yokohama nos colocava em xeque.
Como assim a Fiel estaria reduzida lá? E de poucos, logo viraram milhares. A imprensa fecha um número padrão de 30.000, mas há quem diga em torno de 45.000 na Final, que deu um público de 68.000.
Em campo, solidez. Guerrero comandava o ataque enquanto Cássio era canonizado para sempre em solo budista. Consequências de êxodos migratórios. Éramos aves migratórias que emitiam sons de “Vai Corinthians”, como bem definiu um torcedor.
O som logo contagiou o japonês, que passou a fazer parte daquele bando. Uns até fizeram a viagem de volta, como o ilustre Kimio Ido. O Corinthians batia o Chelsea na cabeça e na garganta. Ganhamos no grito na terra do silêncio e da meditação. Banzai, Fiel!
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