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O Limiar Entre o Amor e o terror

Tiago Zambroni

Quando o amor entre a torcida eo time podem virar ódio ou terror ou algo assim?

Reprodução Internet
Reprodução Internet

As manifestações de apoio antes de uma decisão, se transformam em protestos violentos em pouco tempo.

Basta os 90 minutos não acontecerem de acordo com aquilo que o torcedor, o time e toda a comunidade daquele clube almejam.

Entre cobranças por raça, vontade, carrinho, dedicação, luta e suor, sempre aparece alguém disposto a romper essa barreira, seja ela presencialmente ou via redes sociais.

O amor por um clube de futebol motiva atos isolados e extremos, como foram vistos recentemente tanto em Corinthians, como em Flamengo.

No Corinthians, enquanto na parte da manhã o “amor” reinou e a manifestação da Gaviões da Fiel não passou de uma conversa tranquila entre líderes do elenco, diretoria e comissão técnica, o que aconteceu na parte da tarde não dá para se dizer o mesmo.

Talvez motivados por algo totalmente desconhecido, alguns torcedores crentes na existência da tal “panela” ou mesmo de uma fritura do técnico Vítor Pereira, foram as redes sociais do goleiro Cássio, do zagueiro Gil, de Fábio Santos e até mesmo do presidente Duílio Monteiro Alves para fazerem duras ameaças de morte a familiares dos atletas.

Era então quebrada a barreira do amor e o sentimento se transformava em ódio ou terror.

O amor e o terror está em todos os lugares

A frase “estamos em todos os lugares” parece um tanto quanto assustadora.

Ainda mais quando o ameaçador parece conhecer tão bem a rotina da esposa do goleiro Cássio.

A torcida do Corinthians parece que não aprendeu nada com o caso Edilson ou Ronaldo ou outros casos onde o extremo da violência acabou imperando.

Cássio seria mais um ídolo a deixar o clube pela porta dos fundos depois de tantos serviços prestados, caso isso de fato aconteça.

E fu seturamente grandes jogadores se recusarem a jogar pelo clube ?

O que fará a torcida ? Contra quem ela vai protestar ? De quem será a culpa ?

William, pouco antes de vir ao Brasil, não demonstrava vontade de voltar a jogar no país de origem, pois a diferença de qualidade de vida que o jogador tinha na Europa, passa muito longe daquilo que ele encontra em terras tupiniquins.

“Se não quiser ficar é só ir embora”

A frase parece simples.

Parece que o torcedor está lidando com uma empresa normal, onde você é demitido, pega seus direitos, assina sua carteira e vai embora sem nenhum tipo de ônus.

Ao contrário disso, o clube tem contratos a pagar e contratos caros.

Uma rescisão contratual, com um dos grandes jogadores do elenco hoje, acarreta em prejuízos incalculáveis.

Uma vez que o clube teria que pagar todo o contrato do atleta, no ato da sua rescisão.

Isso sem contar outros processos e encargos que tal situação poderia gerar.

Amor ? Porque o jogador teria amor na violência ?

Nenhum jogador sairá do clube sem receber nada, apenas “por amor”.

No Flamengo, a coisa aconteceu de uma forma um pouco diferente.

Na manhã dessa sexta-feira (08), torcedores estiveram na porta do Ninho do Urubu e a cada jogador que passava com seu veículo, os torcedores iam para cima e batiam nos carros, assustando os atletas.

“Se não quer ser cobrado, que vá trabalhar no banco”

O problema é a proporção que essa cobrança atinge.

Cobrar por resultados é e sempre será inerente ao torcedor de futebol, seja ele do Corinthians, do Flamengo ou de qualquer outra equipe brasileira ou mundial.

A cobrança vive nesse limite e há quem saiba diferenciar os extremos e sabe usar essa cobrança no lugar onde ele deveria ser usado sempre. O estádio de futebol.

Acontece que sempre haverá no meio desses torcedores, aquele que não sabe separar a cobrança do terrorismo e viverá sempre no limiar entre o amor e o terror.

E ainda houve quem achasse que depois da pandemia, a humanidade teria alguma evolução.

Ledo engano.

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