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Obrigado, Rincón! O corinthiano agradece

Tiago Zambroni

Ainda antes de Rincón, o ano de 1997 tinha tudo pra ser um ano gigante no Corinthians.

Rincón em ação pelo Corinthians (Getty Images)
Rincón em ação pelo Corinthians (Getty Images)

Grandes nomes, muito investimento, tudo parecia caminhar para uma nova hegemonia, desafiando a era Parmalat.

O Corinthians rico, com grana pra poder trazer quem quisesse, e assim o fez.

Túlio, Donizete, André Luiz, Antônio Carlos…

O Corinthians escolhia e trazia.

Mas…

Dentro de campo não foi bem assim e apesar do título paulista, no Brasileirão não engrenou e ficou nas últimas posições.

Para não correr riscos, apelou ao mercado.

Chegaram Edilson e Rincón

Eram poucos jogos para se mostrar alguma coisa, mas conseguiram evitar o pior e o Corinthians recomeçaria do zero em 98.

Era a primeira versão do time que dois anos depois estaria no topo do Mundo.

Contudo, Luxemburgo, um mestre na montagem de equipes, inventou Vampeta e Rincón volantes.

Um “lateral” e um “meia atacante” como primeiro e segundo volantes ?

Sim, e que dupla.

A melhor que esses olhos viram jogar, aquela que sempre figura entre os 11 melhores da história do clube.

Vampeta e Rincón marcavam, saíam para o jogo, faziam gols, armavam o time, e subiram a régua.

O torcedor corinthiano gosta do sangue e da raça, e sempre amará jogadores que apresentem essas características, mas Rincón tinha tudo isso e ainda tratava a bola com carinho.

Depois de Rincón, o corinthiano não ia aceitar menos que do aquele padrão que ele estabeleceu.

Elias e Paulinho entenderam isso, mesmo que de forma inconsciente.

Na escala Rincón de qualidade, ambos passaram com bons indicadores, notas altas.

Rincón era capitão de um time formado por vários capitães em potencial.

Ricardinho, Marcelinho, Adilson, Luizão. A braçadeira caberia no braço de qualquer um deles perfeitamente.

Fabio Luciano ainda jovem naquela época se mostrou um grande líder e também se tornou um grande capitão.

Mas Rincón era o líder entre os líderes

Era quem pegava pelo pescoço o craque do time, se preciso fosse. E foi.

Era, por exemplo, quem colava no melhor jogador adversário e intimidava, e limpava a área sem problema nenhum, sem sofrer.

Mesmo lesionado, tentou perseguir Guilherme para tentar evitar o gol do Galo na primeira partida da decisão nacional de 99.

Ou seja, representou como poucos o espírito corinthiano dentro de campo.

E se houvesse qualquer tipo de problema, abria os cotovelos e simplificava o lance com uma calma de monge tibetano.

Jogou muito no melhor Corinthians que vi jogar.

No entanto, faltou uma liberta para Rincón.

Ou faltou um Rincón para a Liberta ?

Freddy se foi

Foi encontrar com Gilmar Fubá.

Vão resenhar muito nos céus agora.

Se tiver futebol por aí, já sabe. Pegue a faixa e faça o que sempre fez. Domine o meio campo.

Além do Gilmar, tem uma galera boa por aí: Um tal Doutor, 8 como você, um tal Polegar, 8 também…ih rapaz, alguém vai ter que ir com a 10!

Descanse, Freddy, mesmo que ainda não estivesse cansado !

E se tiver um tempo, olhe aqui pra baixo de vez em quando, lá para os lados da Zona Leste de São Paulo, que você tão bem conhece.

Tem uma galera ali que te ama e sempre vai te amar, onde quer que você esteja!

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