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Oito de Março. No dia delas, o Futebol pra elas, na visão deles

Luís Butti

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Toda vez em que eu chego guiando o meu Tour Casa do Povo da Neo Química Arena com o grupo, na porta do vestiário, ultimamente eu passei a ter uma reação inesperada: convido sempre uma menininha para abrir a porta do vestiário antes da magia acontecer.

Um local sagrado, que a vida inteira foi só deles, agora é delas. Sim, senhores. Isso pois, o time feminino do Corinthians passou a usar o vestiário principal também. É a minha forma de corrigir uma injustiça histórica perante as minas no assunto Futebol.

Lembro quando eu era moleque, e eu saía de Campinas com meu pai para ver o Corinthians no Morumbi ou Pacaembu. Eu sempre me perguntava o porque a minha mãe não podia ir. Teimosamente, a levava para alguns jogos. Inclusive alguns impensáveis para a época, como contra o Flamengo no Maracanã no meio da Gaviões da Fiel. Era o tempo do Maracanã raiz mesmo.

Do GEPE e auge das torcidas organizadas. De fato, o ambiente do estádio de Futebol era impróprio por N razões e comportamentos e a cena da minha mãe na arquibancada infelizmente foi bem rara. Felizmente, a coisa mudou.

Lamentavelmente vivemos num país misógino, machista e desigual. Mas, felizmente, como homem, adulto e corinthiano, pude evoluir e entender a importância da mulher na luta pela evolução do Futebol Brasileiro. Hoje, a maioria da Fiel é feminina.

Passado e presente: Dona Elisa e Dona Wanda, símbolos da Fiel
Próximo jogo

A mulher no futebol

Hoje, o Corinthians (apesar dos percalços de seu começo em 1996, passagem por anos turbulentos como 2008 e o sucesso com a parceria com o Audax alguns anos atrás) caminha com as próprias pernas e é referência no Futebol Feminino (veja, quando eu era criança, o mesmo era até proibido) tão impulsionado por nomes como Cris Gambaré e Milene Dominguez.

Hoje, a presença da Mulher no Futebol, e gloriosamente no Corinthians, é maciça e decisiva. Escolhe. Opina. Corneta. Elogia. Não apenas o Feminino, mas o Masculino e as demais modalidades.

Reescrever uma nova história que faço questão de corroborar. Não sei se devo reescrevê-la junto por não estar em lugar de fala. Mas saiba que a bandeira pela luta das Minas sempre fará parte da minha vida.

Infelizmente, eu como homem, sozinho não posso mudar a desigualdade no Futebol. Mas posso ser a voz para que outros homens passem a entender a importância do Dia, do ato e do movimento.

Por fim, é o mesmo Corinthians de Antônia Perrone, de Marlene Matheus, de Elisa Alves do Nascimento e de Rita Lee. E se é delas, é deles também. Respeita as Brabas!

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