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Precisa ser tão difícil falar o nome dos patrocinadores?

Caíque Guirao

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Foto: twitter/Corinthians

Na última semana vimos o Corinthians anunciando o acerto da venda dos naming rights da Arena, que agora se chama Neo Química Arena, e novamente já veio a questão “será que a imprensa em geral falará esse nome?”.

Sou publicitário e sei perfeitamente quais são os motivos que levam alguns jornalistas e veículos de imprensa não falarem nomes que contenham patrocínio. Às vezes é orientação da empresa, pois essa geralmente aguarda algum acordo financeiro para “divulgar nome da marca ativamente”, e às vezes é só birra, mesmo.

Mas fica a dúvida: por quê?

Sabemos que patrocínios são fundamentais no futebol, além das rendas advindas de bilheteria e venda de materiais licenciados de cada clube. Na maior parte das vezes, se não em todas, o patrocínio é o dinheiro mais garantido que o clube tem – ainda que algumas cláusulas tornem o valor variável, sempre há um mínimo fixo que será pago. Bilheteria e venda de merchandising em geral são números que podem ser projetados, mas é quase impossível fazer uma previsão muita precisão.

Então, já que os patrocinadores são tão importantes para a manutenção do “produto futebol”, qual é a lógica de proibir que se fale nomes de empresas que colaboram para o produto comercializado ser melhor?

Uma coisa é negociar uma compensação financeira para ativamente falar o nome de algo que exerce pouca, ou nenhuma, influência sobre o esporte que se está comercializando. Porém as implicações são outras quando quando há uma interferência direta na qualidade final do esporte, seja possibilitando um investimento em centros de treinamento, contratações de atletas de peso, etc.

Imaginemos a situação do Corinthians: numa previsão otimista, vamos supor que o clube comece a fazer o estádio render um bom dinheiro agora que tem verba para pagar uma parte das parcelas mensais do imóvel. Isso pode resultar em maior verba em caixa, possibilitando um melhor investimento na instituição como um todo.

Se o time vai bem, além de ser ótimo para o próprio clube, todas as empresas que veiculam suas partidas e falam sobre elas também se beneficiam, correto? É uma conta bem simples de fazer.

Sim, vimos que o Andrés Sanchez negociou e a Globo passará a chamar a nossa casa como ela deve ser chamada desde o dia 1 de setembro de 2020: Neo Química Arena. Mas precisava ter tanta burocracia assim? E os outros veículos de mídia, jornalistas, etc? Será que não é mais benéfico criar um ambiente mais atraente para investimentos futuros?

Essa mesma lógica deve ser aplicada para vôlei e demais esportes que só conseguem ter ligas e competidores profissionais porque há investimentos constantes. Se quem puder ajudar não colabora, como é possível esperar que o futebol brasileiro volte a ser tão bom quanto já foi? Como é possível cobrar medalhas de vários esportes em uma Olimpíada?

Está na hora de pensar e agir de uma maneira mais benéfica para todos. E ficamos na torcida para que a Neo Química Arena tenha um papel fundamental nesse sentido.

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