O empate com o Boca Juniors na Neo Química Arena foi um resultado que fugiu um pouco do esperado, sim, mas não para a situação da equipe. Com diversos jogadores de fora por lesão, Vítor Pereira teve dificuldades para conseguir armar um time competitivo para o primeiro jogo das oitavas da Libertadores.
“Queríamos um 1-0 ou 2-1, mas não foi possível, mas jogamos com elenco que tínhamos disponível, arranjamos uma forma de contrariar o Boca e criar dificuldades. Jogamos no limite das opções que temos. Fizemos bons jogos, lutamos, passamos alguns momentos de dificuldade, eles com muitas opções a dispor, e nós pelo calendário que temos somos afetados na Libertadores. Queríamos apresentar nossa melhor força, mas o calendário brasileiro vai nos massacrando e retirando jogadores. Hoje, mais dois”.
Fagner, que saiu sentindo a coxa, e Willian, substituído após deslocar o ombro, são mais dois atletas que dificilmente estarão disponíveis para a semana que vem. Contudo, isso não é o pior. O Corinthians já tem um compromisso pelo Brasileirão no próximo sábado.
“Temos Fluminense e depois Argentina para bater com Boca na casa deles. O melhor é descansar, dormir e começar a pensar a partir de amanhã na partida do Fluminense. Fábio jogou 90 minutos há três dias, não acredito que pudesse dar capacidade. Jogador experiente, mas falta mocidade. Está fora de questão. Senão, qualquer dia não tenho 11 para colocar em campo. Ou fazemos um time da base, qualquer dia teremos um cenário deste”.
Cenário inédito
O treinador diz nunca ter passado por uma situação tão complicada em sua carreira na função. Com exceção de Cantillo, que esteve suspenso, a lista de lesionados é longa: Gil, Rafael Ramos, Paulinho, Du Queiroz, Maycon, Renato Augusto e Gustavo Mosquito.
“Realmente, nunca na minha vida, na minha carreira, tive um cenário deste. São muitos jogadores, dá quase para fazer uma equipe. Quando pegamos o Boca da última vez tínhamos muito mais soluções. Mas no espírito Corinthians, ficou de igual para igual e podíamos ter saído com a vitória. Isso nos orgulha. É tentar sobreviver a essa maré, a essa tempestade, seguirmos nos mantendo vivos. A eliminatória está em aberto. Vamos lá para lutar por vitória. Mas hoje teremos Fagner e Willian a ser avaliados, mas não me parecem lesões de três ou quatro dias”.
O técnico completou falando do desafio de montar uma equipe equilibrada, com tantas baixas.
“Olhar para os jogadores disponíveis, perceber que adversário temos pela frente, construir ou tentar uma equipe equilibrada no sentido de ganhar o jogo e não sofrer gols. Quando se olha para a dificuldade de ter meias… Já tentei escalações. Eu que sou treinador, eu que percebo onde podemos ter equilíbrio, ele se refletiu no jogo, jogamos para ganhar, mas há momentos que queremos substituir e não temos soluções, queremos refrescar e não temos”.
Erros de arbitragem na visão do comandante?
Adson sofreu um pênalti não assinalado, enquanto Rojo poderia ter recebido um segundo amarelo ao pular apenas no corpo de Cássio em um lance de escanteio. Um outro contra-ataque envolvendo Adson também poderia ser passível de discussão sobre um outro eventual vermelho para o Boca. O árbitro também inverteu algumas faltas e não conseguiu controlar o jogo, no entanto Vítor Pereira preferiu não se prender no assunto.
“Não quero ser um treinador que vem aqui discutir arbitragem. Tem que passar um jogo sem que se perceba e que o jogo corra, corra e corra. Tenho minha opinião, mas não quero ser eu a discutir arbitragem, a não ser quando forem aquelas arbitragens como a última. Quando uma equipe quer jogar e não consegue, um árbitro sempre a apitar, é uma forma de controlar o jogo. Isso não… Hoje foi uma arbitragem, foi uma arbitragem”.
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Contratações?
Yuri Alberto esteve na Neo Química Arena nesta noite de terça, mas nada foi dito sobre o status da negociação. Ao ser questionado, o treinador não confirmou nada.
“Do Yuri Alberto, não tem confirmado que é nosso jogador, só irei falar se de fato vier e assinar. Enquanto isso, não falarei de um jogador que não é meu. Mantuan falei da última vez, um jogador que de fato tem sido de notoriedade grande, evoluiu muito, está confiante, continua a ser nosso jogador. Depois, se as coisas se concretizarem, falo disso. Mantuan e Ivan são nossos, e Yuri não”.
Vítor Pereira ainda brincou com a necessidade de contratações do Corinthians, pois a situação atual está provando que o elenco precisa ser mais “recheado”.
“Está aí o presidente! Duilio, dois atacantes, dois extremos, três meias, um lateral, zagueiro se não sair ninguém será preciso (risos). Mais ou menos uma equipe e estou feliz. Vamos com calma, vamos com calma. Estamos a analisar e a conversar para ver como fica no fim”.