Demitido do Corinthians há quase dois meses, Mano Menezes falou pela primeira após deixar o comando técnico do Timão. O treinador concedeu uma entrevista à ESPN, que vai ao ar nesta sexta-feira (12).
Alguns cortes da entrevista já foram ao ar, e Mano comentou muito sobre sua relação com a nova gestão do clube e principalmente sobre a reformulação do plantel.
CICLO ENCERRADO COM O CORINTHIANS
Mano tinha contrato com o Corinthians até o fim de 2025, ele chegou ao Timão para sua terceira passagem já no fim da temporada passada, ele amargurou a eliminação na semifinal da Copa Sul-Americana para o Fortaleza e brigou na parte de baixo do Campeonato Brasileiro.
Foto: Ricardo Moreira/Getty Images
Um dos pontos da entrevista, foi sobre a nova gestão, Mano revelou que não conhecia, mas foi chamado para uma reunião com a diretoria.
“A gente não conhecia as pessoas que iam assumir o Corinthians. (…) Então a gente não sabia exatamente onde estaria envolvido. Mas eu fui convidado para uma reunião logo depois que a direção ganhou a eleição”.
“Se nesse dia eles me disserem ‘Mano, a gente gostaria de outro treinador’, certamente nós olharíamos um para a cara do outro. ‘Não tem problema nenhum, dou o direito de escolheram outra pessoa. Fazemos um acordo aqui, eu vou pra minha casa e vocês tocam a vida de vocês’. Mas não foi isso que eles me disseram. Eles me disseram que eu era o técnico pela experiência que tinha, pelo conhecimento de Corinthians, que seria importante para eles, que estavam chegando agora, para trocar uma ideia de reformulação, algo que eu já tinha feito duas vezes no Corinthians. Então eu era o cara que eles acreditavam que ia tocar o projeto”, concluiu..
“UM DOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS QUE PASSEI NO FUTEBOL”
Com diversas saídas de jogadores, muitos identificados com o clube como Gil e Renato Augusto, e muitas contratações, Mano buscava encontrar o time ideal para a reformulação do elenco.
Mesmo com muitos contratados, enquanto ele era o treinador, Coronado, Pedro Henrique, Gustavo Henrique, Matheuzinho e Cacá ainda não haviam chegado ao elenco e Rodrigo Garro não estava disponível para atuar.
“Foi talvez um dos momentos mais difíceis que passei no futebol. A troca interna foi muito significativa. A reformulação no grupo também foi significativa. Nós tivemos a saída de jogadores, e aqui não quero me eximir delas e transferir para a direção. Você perde jogadores com laços, histórias, com referência, então o primeiro mês foi muito difícil”.
FALTA DE OPÇÕES NO ELENCO
Ademais, o treinador também falou sobre a falta de peças no elenco. Além dos reforços que não haviam sido contratados e também os que não estavam regularizados, o comandante não contava com os jogadores que serviam a Seleção Brasileira de base, Guilherme Biro, Donelli e Giovane, que estavam disputando o Pré-Olímpico.
Outros que fizeram parte apenas da reta final de trabalho do treinador, foram os vencedores da Copinha, que estiveram disponíveis após o título, dessa maneira, nos últimos três jogos de Mano no comando.
“Nós estreamos o Torres sem ter feito um treinamento com ele no time principal, porque a defesa principal estava sendo jogada com o Veríssimo. A gente não tinha nenhum jogador da base que foi campeão sub-20, porque o torneio estava em andamento. Não tinha três jogadores que estavam no Pré-Olímpico. Então não tinha um banco completo para o primeiro jogo. Se olhar lá, tem três goleiros no banco para a gente completar número mínimo de 23, para não passar tanta vergonha. Tínhamos três jogadores do sub-17, que realmente ninguém conhecia, nem nós. Eles vieram porque não tínhamos jogador para treinar. Então o primeiro mês trouxe essa dificuldade”.
O papo completo com o treinador certamente irá trazer mais falas sobre sua passagem no Corinthians. Desde sua demissão do Timão, Mano está desempregado e livre no mercado.
