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Vice-presidente do Corinthians fala sobre alerta feito a Augusto Melo em caso VaideBet

Henrique Vigliotti

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O vice-presidente do Corinthians Armando Mendonça deu seu depoimento a Polícia Civil onde revelou uma série de alertas que alegou ter feito ao Presidente Augusto Melo relacionado ao caso da VaideBet.

Confira o depoimento completo do vice-presidente alvinegro acusado pelo ex-diretor de Marketing Sérgio Moura.

Vice-presidente do Corinthians Armando Mendonça revela alerta feito a Augusto Melo em caso de “laranja”

Em depoimento dado a polícia Civil revelado pela Espn, Armando Mendonça revelou ter feito alerta a Augusto Melo sobre a questão envolvendo a VaideBet.

“No dia 8 de maio, estive na sala do presidente Augusto Melo e relatei que havia recebido informações que entendia ser gravíssimas e que o presidente, como mandatário responsável pelo clube, deveria tomar imediatas providências antes que tais informações se tornassem públicas”, abriu o depoimento.

Posteriormente, Armando relatou ter pedido uma investigação interna no clube e a pausa do pagamento para a empresa intermediária Rede Social Media Design.

“Informei ao presidente (Augusto Melo) que a empresa intermediadora do nosso patrocinador havia recebido valores de (duas parcelas) de R$ 700 mil cada, em um total de R$ 1,4 milhão, em um intervalo de apenas três dias (no mês de março de 2024). E que, ao recebimento desses valores, essa empresa, segundo jornalista (Juca Kfouri), havia desviado quase sua totalidade do valor para uma empresa fantasma – de uma laranja. E que isso era de se causar estranheza e muita preocupação, sendo que o clube deveria interromper imediatamente qualquer pagamento para a empresa Rede Social Media (contrato permitia isso) e pedir imediata apuração pela autoridade policial, uma vez que o clube não poderia compactuar com uma empresa que recebeu dinheiro do Corinthians e estaria abastecendo outra considerada fantasma. Ou seja, transformando dinheiro lícito em ilícito.”

Confira abaixo depoimento completo de Armando Mendonça

“No dia 8 de junho, estive na sala do presidente Augusto Melo e relatei que havia recebido informações que entendia ser gravíssimas e que o presidente, como mandatário responsável pelo clube, deveria tomar imediatas providências antes que tais informações se tornassem públicas.

Informei ao presidente que a empresa intermediadora do nosso patrocinador havia recebido valores de (duas parcelas) de R$ 700 mil cada, em um total de R$ 1,4 milhão, em um intervalo de apenas três dias (no mês de março de 2024). E que, ao recebimento desses valores, essa empresa, segundo o jornalista (Juca Kfouri), havia desviado quase sua totalidade do valor para uma empresa fantasma – de uma laranja. E que isso era de se causar estranheza e muita preocupação, sendo que o clube deveria interromper imediatamente qualquer pagamento para a empresa Rede Social Media e pedir imediata apuração pela autoridade policial, uma vez que o clube não poderia compactuar com uma empresa que recebeu dinheiro do Corinthians e estaria abastecendo outra considerada fantasma. Ou seja, transformando dinheiro lícito em ilícito.

Não via com bons olhos, pois entendia ser um ato de má gestão o fato do diretor administrativo Marcelo Mariano se aproveitar da ausência do diretor financeiro à época, Rozallah Santoro, para pedir que o funcionário do clube subordinado ao diretor financeiro fizesse o pagamento de duas notas fiscais de R$ 700 mil cada para essa empresa intermediadora (Rede Social Media) sob a frágil justificativa de que a referida empresa havia emitido essas notas fiscais e recolhido impostos decorrente delas.

Sugeri para o presidente que utilizasse boas práticas adotadas… e iniciasse imediatamente procedimento interno de averiguação para demonstrar a lisura das investigações. Assim, o presidente estaria protegido de qualquer ataque de opositores, pois agiríamos com rapidez em prol do clube, transparência e dentro do que recomendam as empresas que fazem trabalhos de investigação.

Dito isso, ele preferiu não seguir com nenhuma das minhas sugestões e recomendações, nem paralisação dos pagamentos, nem pedido de instauração de inquérito policial e nem apuração interna com afastamento dos citados (Sergio Moura e Marcelo Mariano), com alegação de que essa questão (eventual repasse para empresa de laranja) era problema exclusivo da empresa intermediadora Rede Social e não do Corinthians. Não via o clube como vítima. Ainda disse que a Rede Social fazia o que quisesse com o dinheiro e que só afastaria qualquer pessoa com prova de corrupção.

Somente depois da publicação da matéria do jornalista Juka Kfouri, no dia 20 de maio, o Corinthians divulgou uma nota oficial dizendo que não guardava nenhuma responsabilidade sobre eventuais repasses financeiros a terceiros. Embora não tenha sido consultado, não concordei com tal posicionamento. Somente depois da repercussão na mídia, o presidente do Corinthians tomou algumas das providências, sendo mesmo com a minha sugestão e até mesmo do antigo diretor jurídico, preferiu não afastar nenhum dos envolvidos para a lisura da investigação.”