A achatada temporada 2022 do futebol brasileiro terminou e agora as atenções se voltam para a Copa do Mundo que começará em breve.
E como foi o desempenho corinthiano nas competições disputadas no ano maluco com jogos dia sim, dia também?
Paulistão: incompetência em casa custou a vaga
O Corinthians iniciou o Paulistão sob a batuta de Sylvinho, mesmo após todas as críticas pelo trabalho realizado no ano seguinte.
Bancado por Duilio Monteiro Alves e seus pares, o treinador não foi longe.
Bastaram três (!) rodadas do estadual para a convicção de Duilio, Roberto e Alessandro virar pó e Sylvinho se tornar mais um ex-técnico na história do Corinthians.
A derrota para o Santos na Neo Química Arena foi o ponto final de uma história de pouco mais de 10 meses (com férias no meio) entre o ex-lateral-esquerdo e seu clube revelador.
A partir daí, foram exatas 8 partidas sem treinador, com Fernando Lázaro assumindo a função de forma interina.
Início da “Era VP”
O desempenho não foi ruim, mas depois de muita especulação e diversos nomes ventilados, o Timão anunciou a chegada do português Vitor Pereira.
VP, como ficou conhecido entre os torcedores e jornalistas, estreou pouco tempo depois, justamente em um clássico contra o São Paulo, no Morumbi.
Um gol de Calleri aos 40 segundos de jogo, definiu o clássico e a estreia do treinador.
Na sequência, vitórias sobre Ponte Preta e Novorizontino, ambos rebaixados no estadual e mais uma derrota em clássicos, agora frente ao Palmeiras, no Allianz Parque.
Classificação garantida, no entanto seria necessário um bom resultado diante do Guarani, nas quartas de final, para decidir a semi na Casa do Povo.
1 a 1 no tempo normal e a vitória nos pênaltis, com desempenho abaixo do esperado e a decisão foi parar no estádio rival.
O Corinthians, mais uma vez, foi superado pelo São Paulo e assistiu seus arquirrivais fazendo a final pelo segundo ano consecutivo.
O Palmeiras terminou com o título do Paulistão após golear o tricolor em sua casa na partida de volta.
Ainda era inicio do trabalho de Vitor Pereira, então havia expectativa de melhora, e a Libertadores ainda não havia começado.
Libertadores da América: Lesões, heroísmo e carências escancaradas
O Timão esteve no grupo E, ao lado de Boca Juniors/ARG, Always Ready/BOL e Desportivo Cali/COL.
A estreia, digna de esquecimento, foi na Bolívia, e o Corinthians viu o fraco Always Ready não fazer grandes esforços para vencê-lo por 2 a 0 em La Paz.
A primeira grande crise do ano veio logo na sequência desta derrota.
A torcida organizada esteve presente no CT Dr. Joaquim Grava e se reuniu com os líderes do elenco.
Pouco depois, jogadores e dirigentes sofreram ameaças virtuais e a policia entrou em ação.
Willian, Paulinho, Fábio Santos, Fagner, Cássio e o presidente Duilio foram ameaçados, prestaram queixa e dias depois, os responsáveis estavam prestando depoimento em uma delegacia em São Paulo.
A estreia em casa trouxe a primeira vitória.
Graças a um gol contra de Caldeira, o Corinthians passou pelo Deportivo Cali e marcou seus primeiros pontos na competição.
Era hora de enfrentar o Boca
Adversário da decisão de 2012, os argentinos não foram capazes de segurar um Maycon inspirado e uma fiel enlouquecida na arena corinthiana.
2 a 0 e o Corinthians chegava à ponta do grupo.
Na sequência, empates em Cali e Buenos Aires, com direito à 11 contra 10 durante boa parte da partida e o primeiro lugar do grupo seria decidido em casa.
Bastava uma vitória simples contra o time reserva do eliminado Always Ready para avançar na liderança do grupo.
Eis que surge Robson Bambu, uma saída de bola equivocada e um gol inimaginável dos suplentes bolivianos.
O Corinthians ainda empataria a partida com um gol de Adson, mas o placar não se alterou e o Boca Juniors avançou em primeiro lugar.
Neste período, o Corinthians já sofria com lesões aos montes e Vitor Pereira tentava se virar com o que tinha em mãos.
Também é preciso dizer que o rodízio de VP irritava a torcida, que clamava por um time titular e dentro do elenco, alguns atletas não estavam nada contentes com a situação.
Um Corinthians épico!
Quis o sorteio das oitavas de final que corinthianos e xeneizes se enfrentassem novamente.
O empate sem gols e sem Willian, lesionado no ombro, deixou o torcedor preocupado.
Na mesma partida, Roger Guedes teve a chance de fazer o gol da vitória, porém a cobrança parou em Rossi, e os argentinos comemoraram o 0 a 0 em Itaquera.
Com um time todo remendado, VP foi até La Bombonera para conseguir o milagre da vaga.
Benedetto invejou Guedes e perdeu pênalti no tempo normal.
A pressão adversária não surtiu efeito e a decisão foi para os pênaltis.
Cássio, Róger Guedes e Gil brilharam, Benedetto mais uma vez errou e o Corinthians passou para as quartas de final após 10 anos de forma épica.
Era vez de enfrentar o Flamengo.
Nesse sentido, Yuri Alberto, recém chegado do Zenit/RUS era uma das esperanças para a sequência da Libertadores.
Ainda desfalcado, O Corinthians foi presa fácil para o rubro-negro, que avançou com duas vitórias (2 a 0 e 1 a 0).
Ou seja, era o adeus ao sonho do bicampeonato sul-americano e a Willian, que depois da eliminação, pediu para deixar o clube.
Copa do Brasil: De terceira opção ao quase título
Visto pelo torcedor e pelo clube como segundo (ou terceiro) plano, o torneio nacional acabou se tornando o principal objetivo e o título escapou pelos dedos.
O Corinthians passou de forma protocolar pela Portuguesa/RJ, eliminou o Santos com direito à goleada na partida de ida e se viu diante do algoz de 2021, o Atlético/GO.
No entanto, a derrota por 2 a 0 em Goiânia fez com que mídia e torcida já cravassem a eliminação alvinegra.
Eis que Yuri Alberto resolveu aparacer em Itaquera.
Os seus três primeiros gols com a camisa do Corinthians ajudaram a detonar o Dragão e o Corinthians foi para as semifinais encarar o Fluminense, uma das sensações do Brasil.
Assim, o empate no Maracanã abriu os caminhos e a classificação veio em casa, com um incontestável 3 a 0 e a decisão seria novamente contra o Flamengo.
“Na barriga”
Em um estágio muito acima do encontro pela Libertadores da América, o Timão fez dois jogos corretos contra o forte adversário.
O empate no jogo de ida ficou lembrado pelo pênalti não marcado a favor do time da casa, em jogada que a bola claramente toca o braço de Léo Pereira, mas que o VAR indicou toque na barriga.
No Rio de Janeiro, novo empate, agora em 1 a 1 e a decisão foi para as penalidades máximas.
Cássio, por exemplo, defendeu a primeira cobrança dos cariocas e tudo andava bem, até Fagner mandar a bola no travessão de Santos.
Nas cobranças alternadas, novo erro, agora de Matheus Vital.
Por fim, coube a Rodinei dar o título ao Flamengo na última cobrança.
Foi por pouco.
Campeonato Brasileiro: sempre entre os primeiros
O Corinthians terminou na quarta colocação, com 65 pontos, classificado para a fase de grupos da Libertadores de 2023.
Durante a longa maratona de 38 rodadas, o clube jamais deixou o grupo dos 5 melhores times da competição, mas passou longe da disputa pelo título, que terminou com o rival Palmeiras.
Ao perceber que a distância para o líder ia aumentando a cada rodada, principalmente depois da derrota em Itaquera para o rival, em um jogo em que o Corinthians foi muito superior, as copas se tornaram prioridade para VP.
Assim, a equipe era poupada sempre que se aproximava um jogo importante pela Libertadores ou Copa do Brasil.
O G4 veio sem grandes dificuldades, mas o final foi melancólico, com o anúncio da saída de Vitor Pereira do comando da equipe.
2023, uma nova perspectiva
Há uma base.
Se existe um legado deixado por VP, é que o Corinthians tem uma espinha dorsal.
A vinda de um novo comandante e a compra de Yuri Alberto são essenciais para um ano melhor que 22.
Dessa forma, a diretoria já se movimenta no mercado e Ángel Romero deve ser o primeiro reforço para a próxima temporada.
Por fim, as atenções devem se voltar para o novo comando do time.
Vojvoda, que não renovou seu vínculo com o Fortaleza, aparece como primeira opção, contudo, está no radar de outras equipes.
A proposta está na mesa do argentino, que deve se decidir em breve.
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