2020 vem pra cravar uma coisa: desde o banho de água fria em um time que voou no Brasileiro de 2015, e tinha tudo pra brigar pelo título da Libertadores em 2016, o nível técnico desceu muitas prateleiras.
O desmanche no fim de 2015 nunca mais teve volta. A Arena balançou muito as finanças do clube e o nível chegou próximo ao de 2008. A gente tinha anteriormente em algumas temporadas, aquele famoso bordão de “2 peças por posição”. O Tite no Paulistão de 2015, onde fomos eliminados sem perder uma partida, conseguia rodar e poupar o time sem perder nada de qualidade.
Desde então tivemos times inferiores do padrão que vinha desde 2009.
De 2016 pra cá, o padrão é esse mesmo de 2020.
Time médio. Ponto final. Não precisa ser gênio pra notar isso não.
O tempo passa e as coisas ficam mais claras parece. Porque 2020 crava que podemos dividir o clube pós-rebaixamento em dois. A era esmagadora de 2009 a 2015, onde não temos sequer UM elenco pior que o da era de agora. A modesta era de 2016-2020. É preciso voltar a 2008 pra comparar esses elencos dos últimos 5 anos.
E aí vem uma questão.
A gente acreditou que o Tripaulista e o Título Brasileiro de 2017 foi pouco.
Não foi.
Foi até demais.
Os elencos desde então tem o mesmo nível. 17/18/19 é mágica.
Foi tripaulista enquanto a Crefisa investia um caminhão de dinheiro no rival. Desceu a porrada no time verde (e no SPFC também) numa fase que fomos (e somos) primo-pobre. Campeão paulista lá dentro da casa deles. Confronto direto a gente já ia rindo, cheio de confiança. E os caras tremiam. Já era derrota certa, crise, pressão no lado de lá. Fez 8×1 nos caras em confrontos diretos. E a vitória deles ainda nem valeu pois foi na primeira final do paulistão. Encostamos nos números de confronto direto depois de décadas.
Ganhamos um Brasileirão que era total pra eles ganharem. E fariam o tri ainda 16/17/18. Impedimos claramente isso.
2017 era só terem acordado depois da eliminação na Libertadores, que ainda poderiam encostar em nós. Havia tempo. O elenco dos caras era recheado de opções. A gente tinha um bom time titular e só.
Um ranking rápido de qualidade de elenco desde 2016 (repito, todos abaixo da era 2009-2015):
1) 2017
2) 2020 e 2019
3) 2018 e 2016
E ainda tem um ponto: 2017 era um time titular e só. A reserva tinha um monte de refugo. Kazim, Marquinhos Gabriel, Pedro Henrique, Clayton (não o Clayson), Camacho, Paulo Roberto, Felipe Bastos, Vilson, Giovanni Augusto, Léo Príncipe, Carlinhos. Nada excepcional. E o titular mesmo, no início do ano não era quarta força à toa. O Carille era um simples interino, o Jô que chegava, não apresentava um futebol bom há anos, e outros jogadores muito normais para um ano com recorde histórico de invencibilidade e outros números batidos.
2019 e 2020 ainda tem mais opções gerais, mas o titular de 2017 foi o único ano dessa “era” que tinha no time titular jogador que decide sozinho. Que muda patamar. Jô e Luan desse ano de 2020 seriam esses protagonistas mas ambos ainda não estão na melhor forma.
No final, a realidade é uma só. Desde 2016, a nossa média é essa mesma de 2020. Time mediano. Normal. Padrão. 2017, 2018 e até 2019 é muito acima da média em resultados. MUITO. Mas ganhar isso tudo (4 títulos e 1 vices), deu a impressão que a gente podia mais. Mais títulos. Mais futebol vistoso.
E não podia. Foi até demais.
2016-2020, a fase Arena Corinthians, teve um período anormal de títulos aí no meio, que a Fiel deveria glorificar de pé.
2020 é só o que poderia acontecer quando pegasse um Osmar Loss, Jair Ventura, Cristovão, Oswaldo de novo pelo caminho. E encontrou.
Que a chegada do Naming Rights seja o suficiente para mudar isso para 2021, ou o futebol de resultado e retranqueiro irá voltar.