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Corinthians tinha estádio antes da Arena?

Identidade Corinthiana

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A palavra “fato” está entre aspas por um motivo muito simples: essa história não passa de uma mentira. O Corinthians não teve apenas uma casa, mas sim quatro.

Campo do Lenheiro – A primeira casa do Timão

Logo após a fundação, precisando de um campo para treinar e mandar seus jogos, o Corinthians teve sua primeira casa no mesmo bairro em que foi fundado.Na atual José Paulino, antiga Rua dos Imigrantes, no bairro do Bom Retiro, havia um terreno baldio que foi alugado e transformado em campo. Como o dono era um vendedor de lenha, o lugar ficou conhecido como Campo do Lenheiro.

Em sua segunda partida na história e estréia da nova casa, o Corinthians venceu o time do Estrela Polar, conquistando a primeira de muitas vitórias.

Jogamos lá até 1913 quando tivemos que procurar um lugar maior para abrigar a Fiel torcida que crescia a cada dia.

Ponte Grande – A segunda casa do Timão

Em julho de 1916, junto à prefeitura de São Paulo o Corinthians adquiriu uma área de aproximadamente 13.500 metros quadrados que ficava entre os terrenos do Clube de Regatas Tietê e da Associação Atlética das Palmeiras. Após um mutirão que contava com dirigentes, jogadores e sócios, o estádio ficou pronto em janeiro de 1918.

O nome da nossa segunda casa era Estádio da Ponte Grande e tinha uma capacidade para 8.000 pessoas. A primeira partida realizada no local foi um amistoso entre Corinthians e Palestra Itália, que aconteceu em 17 de março daquele mesmo ano. O placar, um empate de 3 a 3, com dois gols de Neco e um de Bororó pelo Corinthians, e três de Heitor pelo Palestra Itália.

A Ponte Grande foi palco das conquistas dos campeonatos estaduais de 1922, 1923 e 1924, sendo nossa casa até 1927, quando nos mudamos para o Parque São Jorge.

O Parque São Jorge

A primeira vez que o Corinthians pisou no Parque São Jorge foi em 1923, como visitante. Na época o imóvel pertencia ao Sírio E.C., dos primos e proprietários Nagib Sallem e Assad Abdalla, e se chamava Fazenda São Jorge. Recebeu esse nome por conta da semelhança que o rio Tietê tinha com a baía de São Jorge de Beirute, cidade natal dos primos. Um santuário de São Jorge foi construído por eles, exatamente em cima da maior nascente do terreno. A devoção do Corinthians ao santo acabou sendo absorvida nesse meio tempo, e então ele acabou se tornando o grande padroeiro do clube.

Ernesto Cassano, presidente do Corinthians na época, decidiu comprar mais de 40 mil metros quadrados de lote da fazenda, concretizando a negociação em 1926. E então Alfredo Schurig, empresário e torcedor do clube, apareceu e resolveu colaborar na construção do novo estádio da Fazendinha pois sabia das dificuldades financeiras da entidade.

O estádio foi inaugurado em 1928 e não demorou a testemunhar novas conquistas alvinegras: o time do povo conquistou mais um tricampeonato estadual em 1928, 1929 e 1930.

Uma curiosidade sobre o Parque São Jorge: em 1963, ele foi usado para abrigar partidas de futebol realizadas durante os Jogos Pan-Americanos daquele ano.

A capacidade atual é de aproximadamente 16.000 pessoas, mas seu recorde de público foi de 32.419 espectadores, num Corinthians x Ferroviária de Araraquara, em 1959. Com o passar dos anos a torcida do Corinthians foi crescendo em ritmo acelerado, forçando o clube a alugar estádios que pudessem comportar a quantidade de pessoas que levava à cada partida. Não é à toa que o recorde de público do Morumbi em jogos de futebol foi no dia 9 de outubro de 1977, num Corinthians x Ponte Preta.

Mesmo anos antes desse recorde de público o Timão passou a almejar estádios maiores e foi então que começaram as maquetes, promessas e, consequentemente, as piadas intermináveis. Tudo isso junto com a adoção do Pacaembu como principal casa acabou reforçando o mito de que “o Corinthians não tem estádio”.

Essa situação continuou até que a Copa de 2014 trouxe a deixa para que o clube fizesse o necessário para buscar uma nova casa condizente com o seu tamanho atual. Não podemos deixar de mencionar o Ronaldo Fenômeno que, depois de ativamente ajudar na construção de um novo e moderno centro de treinamento, também atuou convencendo a diretoria de que um clube gigante como o nosso precisava de uma casa. Uma nova casa.

A Arena Corinthians

Após décadas de promessas, projetos e discussões, o projeto para o novo estádio foi revelado em agosto de 2010, ano do centenário do clube, pelo então presidente Andrés Sanchez.

Em meio à desconfianças, brincadeiras, piadas e dúvidas de que o projeto realmente sairia do papel, as obras começaram em maio de 2011 e foram finalizadas em abril de 2014.

A partida inaugural foi um Corinthians x Corinthians que contou com as presenças de diversos antigos jogadores e ídolos do clube como Wladimir, Basílio, Vampeta, Marcelinho Carioca, Luizão, Zé Elias, Ronaldo Giovanelli e vários outros. O primeiro gol foi marcado por ninguém menos que Roberto Rivellino, o Reizinho do Parque.

O estádio foi construído com uma capacidade para 49.205 espectadores, porém seu recorde de público foi de 63.267 pessoas durante a Copa do Mundo de 2014 num jogo entre Holanda (agora chamada de Países Baixos) e Argentina. Na ocasião, arquibancadas móveis ampliaram a capacidade da arena de 49.000 para 64.000.

Com o final da Copa e a acomodação da torcida, a Arena passou a ser um lugar nada receptivo para os adversários do Timão. Mesmo com poucos anos desde a inauguração, o estádio foi palco das conquistas de Campeonato Paulista em 2017, 2018 e 2019 e dos títulos do Brasileirão de 2015 e 2017.

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