A gente jura que não queria falar desse assunto agora. Mas Corinthians é igual pai e filho: quem ama cuida. O fato é que nesse momento que este texto vai ao ar, estamos mais próximos da Série B do que de competições Sul-Americanas. E é preciso ligar o alerta. Sim, já. A Série B, que passamos com facilidade e maestria em 2008, mudou. Ficou no passado e agora é substancialmente mais difícil. Um grande subir de cara não é mais uma certeza absoluta (vide Coritiba e Cruzeiro). Primeiro empecilho é a Cota de TV.
Em 2008, na B, o Corinthians recebia o mesmo valor astronômico da Globo da Série A para montar um time do zero. Agora, você vai para a Série B com uma Cota proporcional a ela. Ou seja, ela despenca. A do Cruzeiro, por exemplo, caiu de 90 milhões para 14 milhões. Imagina para nós, que ainda temos cotas adiantadas.
O segundo empecilho são adversários mais bem estruturados. Com o Legado da Copa, muitas equipes tiveram upgrade em seus estádios, se tornando CTs de Copa do Mundo, com setorização, Padrão FIFA em algumas coisas. Outros, utilizam das Arenas da Copa 2014. Ou seja, o Corinthians atuando nesses locais não será mais um “evento local”, novidade onde nos davam 70% do estádio pois era algo inédito. Agora ficaremos com os convencionais 5%. Outra coisa que não existe mais é quase metade do torneio ser times de São Paulo com viagens curtas e vendas de mando pra ter 95% de alvinegros.
Também é bastante possível que surjam problemas com a Neo Química no contrato do Naming Rights. Não que vá cancelar o NR, não é isso. Mas a empresa perderia o fator de ter a Arena com seu nome aparecendo na Globo na elite (só apareceria na Cabo) e pode ser que exista alguma multa ou abatimento do valor. É preciso abrir o olho urgente. Uma Série B agora, além de não condizer com nossa grandeza, pode ter consequências irreparáveis pra imagem e futuro do clube.