O Corinthians vive mais um momento de turbulência.
Entra ano, sai ano, entra técnico, sai técnico, entra presidente, sai presidente, vêm jogadores, vão jogadores e o clima sempre “dá um jeito” em algum momento da temporada.
Em 2022 não tem sido diferente.
E começou cedo, mais precisamente no Paulistão, após três (!) rodadas.
Bastou a primeira derrota em clássicos para a paciência do torcedor corinthiano se esgotar com Sylvinho.
Início da era Vitor Pereira
O treinador foi demitido mesmo a contragosto da diretoria do Corinthians, após nove meses de trabalho onde pouco se via em termos de evolução.
Muito pelo contrário.
Veio então Vitor Pereira, badalado treinador português, depois de um período de negociações onde Fernando Lázaro ficou responsável pelo comando do Corinthians dentro de campo.
Os resultados vieram, a paz chegou, VP também, mas a estreia já o colocou no olho do furacão com dias de Brasil.
Um clássico contra o São Paulo no Morumbi, com torcida única, chuva e queda de energia.
Derrota por 1 a 0 com um gol marcado antes do primeiro minuto de jogo.
Era só a estreia, é verdade, mas Vitor Pereira já começava a entender onde estava pisando.
O Paulistão, apesar da queda para o mesmo São Paulo na semifinais, ficou em segundo plano, porque logo o Corinthians estrearia na cobiçada Libertadores.
Essa era especial, pois fazem justamente 10 anos que o Corinthians conquistou a sua Libertadores, aquela conquista que todo corinthiano lembra com orgulho e peito cheio de moral!
No entanto, logo na primeira partida, contra o inexpressivo Always Ready, uma derrota sem que o adversário precisasse fazer força para vencer.
A pressão voltava ao CT Dr. Joaquim Grava, agora com a torcida organizada indo conversar com os líderes do elenco. Willian até então, era um desses líderes.
O Corinthians estrearia dias depois no Brasileirão e fez incontestáveis 3 a 1 no Botafogo, dentro de um Engenhão lotado, com show de Willian, Paulinho e Cia Ltda.
Bons ventos? Na verdade, apenas uma brisa
Duas rodadas depois, nova derrota em clássico, agora para o Palmeiras, 3 a 0 em Barueri, quando a campanha #FutebolsemÓdio entrou em ação, em decorrência das constantes ameaças à jogadores e dirigentes nas redes sociais.
O problema é que ninguém foi à público explicar a derrota acachapante sofrida para o arquirrival.
O tempo passou, vieram vitórias significativas, consolidação no grupo de cima do Brasileirão, boas atuações, o time avançando de fase na Copa do Brasil, etc.
O Alvinegro viveu um período de estabilidade no ano.
Estabilidade em termos de resultados, pois o DM ficava cada vez mais habitado.
Maycon, Jô, Fagner, Renato Augusto, Willian, Gustavo Silva, Gil, Paulinho, Júnior Moraes, todos passaram (ou ainda estão) por lá e por períodos longos.
Quebrado apenas pelo episódio envolvendo o atacante Jô.
Ele foi flagrado em uma casa noturna, tocando pagode, enquanto o seu time era derrotado em Cuiabá, em uma das piores atuações de 2022.
Pouco depois, Jô foi afastado do elenco e a rescisão só veio na última semana, quando o jogador partiu para o Ceará.
A goleada contra o Santos na Copa do Brasil trouxe alento e uma esperança de dias melhores.
Corinthians: Classificação épica em La Bombonera
Viveu seu apogeu com a épica classificação diante do Boca Juniors em La Bombonera, com grande parte dos principais jogadores no departamento médico e com uma equipe composta, em sua maioria, por jovens.
João Victor, por exemplo, jogou, saiu lesionado e antes mesmo de voltar ao Brasil, já embarcava para Lisboa para acertar com o Benfica.
Para por aí.
Derrotas, Willian e afins
Daí para frente, o que tinha tudo para ser um crescimento, se mostrou justamente o contrário.
O Corinthians perdeu para o Atlético/GO pela Copa do Brasil (2 a 0), logo após uma vitória de virada no Mineirão, contra o poderoso (mas em má fase) Atlético/MG.
As declarações de Vitor Pereira em sua coletiva pós-jogo não foram bem digeridas no elenco.
Na sequência, uma eliminação sem contestação para o Flamengo na Copa Libertadores da América e a derrota no clássico do último sábado (13) para o Palmeiras aumentaram o tamanho da fervura.
Em meio à tudo isso, Willian rescinde seu contrato com o Corinthians, volta à Inglaterra e decepciona a torcida.
Sai pelas portas dos fundos do clube que o formou.
Dá declarações e culpa as ameaças virtuais.
A esposa do jogador fala em “voltar à Inglaterra após as férias”.
O clima não poderia ficar pior.
“É Quarta-feira”
A torcida pressionou na saída do ônibus da delegação corinthiana pós dérbi.
Vitor Pereira aumentou o tom na coletiva.
Jogadores pedem serenidade e fala-se em pacto pela vitória contra os goianos.
E em meio à tudo isso, o Corinthians precisa de algo que não vem fazendo nos últimos jogos: Gols.
Por fim, a partida da Copa do Brasil pode representar a última chance de conquistar algo em 22.
Caso contrário, a pressão ficará insuportável (mais uma vez)!
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