A segunda partida do Corinthians pelo Brasileirão 2020 não animou, mas também passa longe de ser o desastre todo que alguns pintaram. O desempenho deveria estar melhor? Sim. Poderia estar melhor? Pelo menos um pouco, provavelmente sim. Temos jogadores que possam melhorar muito o futebol apresentado? Até o momento, acho que não.
Sim, Tiago Nunes foi contratado para tentar mudar o futebol praticado pela equipe. O começo do Paulista nos animou nesse sentido, mas a realidade bateu à porta e mostrou que não há muito o que se fazer com o elenco atual.
Algumas más exibições fizeram grupos de torcedores pedirem a volta de Carille, mas o futebol de resultado está aí. Acho que ele nunca foi desconsiderado, mesmo com a vontade de mudar. A necessidade de manter uma maior estabilidade certamente motivou Tiago a optar por um esquema mais fechado.
Após a parada vimos uma defesa mais sólida, ainda que com alguns momentos de tensão e pouca criatividade ofensiva. Mas não é nada que não tenhamos visto nos últimos anos, não é mesmo? Nos acostumamos a ver um Corinthians que é constantemente pressionado, toca muita bola na defesa e tem vários de seus resultados positivos na conta de algumas jogadas isoladas e em grandes exibições de Cássio.
Sejamos justos, o time que Carille tinha nas mãos era limitado. Assim como o atual também é. Podemos cobrar Tiago Nunes para trazer um futebol mais ofensivo, mas temos de ser realistas: com esse elenco não dá para fazer muito diferente disso.
O jogo contra o Grêmio mostrou que seguimos com a capacidade de nos segurarmos para ganhar pontos em ocasiões difíceis, mas também que seguiremos sofrendo pra encontrar o gol.
É o suficiente para fazer uma campanha mediana? É. Mas é só isso que o Corinthians pode fazer, mesmo tendo um elenco tão caro?
Não é prudente querer que o clube faça uma loucura e revolucione seu elenco num curto espaço de tempo, mas não dá para almejar muita coisa sem um ou dois reforços na armação do time. Meias que saibam armar, para enfim Luan ser avançado para mais perto do gol e jogar numa função que sabe melhor.
O Cifut, que tanto ajudou o clube nos últimos anos, precisa voltar a atuar como em seus melhores dias e conseguir indicar um ou outro nome que pode ser um bom reforço e que seja algo que caiba nos cofres do clube.
Sem isso, até podemos esperar ficar entre os dez primeiros colocados do campeonato ou, numa perspectiva bastante otimista, brigar novamente por uma vaga na pré-Libertadores. Mas futebol vistoso, ou que minimamente passe uma confiança maior, ficará para uma outra oportunidade.
