Após a vitória por um a zero contra o Fortaleza, na Neo Química Arena pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Vitor Pereira voltou à sala de entrevistas depois de um período afastado por conta da campanha #FutebolSemÓdio e posteriormente por ter contraído a Covid-19.
Nesse sentido, a entrevista de Vitor Pereira foi um prato cheio para quem gosta de fugir do trivial.
Cheio de exemplos impactantes e frases fortes, Vitor Pereira falou sobre o calendário brasileiro, situação de jogadores do elenco e relatou uma curiosa situação envolvendo clássicos.
Além disso, falou sobre ter ou não um time titular, algo constantemente cobrado quando se fala em entrosamento, escalações iguais de jogo para jogo, etc.
Vitor Pereira reclamou, por exemplo, que no Brasil não há tempo “nem para ficar doente”.
Confira trechos da entrevista:
“Aqui no Brasil, sequer temos tempo para estar doentes.
Acabei o jogo, amanhã já vamos viajar, está louco, o calendário não nos permite respirar um bocadinho.
Ganhamos, vamos desfrutar um bocadinho ?
Não! Já vamos pensar no jogo contra o Cali.”
Vitor Pereira: entre dérbis e tanques de guerra
“Quando decidimos jogar na Copa do Brasil para recuperar os jogadores.
Aí dizem: não sabem o que é um Dérbi.
Ele não sabe o que é um Dérbi?
Vocês sabem quantos dérbis já joguei na minha vida?
Joguei dérbis atrás de dérbis em países em que eles matam, eles nem nos deixam sair.
Eu já saí de tanque de guerra de um estádio, do estádio até o aeroporto, na Turquia.
Vai me dizer que não sei o que é um dérbi?
Não brinquem comigo.
Pensando no dérbi contra o Palmeiras, o que fizemos?
Vamos arriscar no jogo da Copa, deixa-los recuperar para chegar no jogo do Palmeiras e do Boca forte.
Sabe o que nos aconteceu? Azar! Por muito azar, nessa semana tivemos vários casos de gripe.
Quando chegamos do jogo da Copa do Brasil, estavam não sei quantos jogadores doentes, com dores, febre, dificuldades respiratórias.
A ideia era chegar para enfrentar o Palmeiras no ápice da nossa força, mas chegamos no dia do jogo com jogadores dizendo que não poderiam jogar.
E criticam a mim, porque não sabem. Eu não vim porque foi determinado pelo clube que não haveria entrevista coletiva, senão eu teria vindo, porque gosto de dar a cara, assumo as responsabilidades.
Para falar, as pessoas têm que ter informação.
Vim envergonhado, por que? Uma equipe minha a jogar daquele jeito me custou, foi uma facada que levei no peito.
O que fizemos com o Boca? Demos a resposta.
Se tivéssemos jogado com a equipe dita titular, andaríamos nos arrastando contra o Boca, não teríamos chance alguma. “
Time titular de Vitor Pereira
“A escolha tem que ser com critério.
Quando me fala: “Vai ao Palmeiras e não leva o time titular”.
Mas que time titular? Quem é o time titular?
Eu pergunto assim: Como podemos ir ao Palmeiras ganhar, com o time titular, depois tem que ganhar do Boca Júnior em casa?
Estávamos nos arrastando. Mas as pessoas não entendem isso ou não querem ver.”
Por fim, o Corinthians de Vitor Pereira volta à campo no próximo dia 04, diante do Deportivo Cali, na Colômbia, pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América.
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