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O Universo Sylvinho

Tiago Zambroni

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Na fria noite de 01/11, o Corinthians venceu a Chapecoense pelo placar mínimo com gol no último segundo da partida e Sylvinho comemorou como se o gol fora marcado por ele próprio.

Sylvinho em Corinthians x Chapecoense (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)
Sylvinho em Corinthians x Chapecoense (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Lateral esquerdo de muita qualidade, após o encerramento de sua carreira, Sylvinho começou a trabalhar como auxiliar técnico e na função, acompanhou grandes treinadores até se tornar treinador na seleção olímpica e em seguida, na França em 2019.

O curto e pífio trabalho no Lyon o afastou dos holofotes.
De lá pra cá, apareceu apenas como opção no Corinthians, onde começou a carreira de atleta.

Com bagagem por ter acompanhado nomes como por exemplo Tite, Mano Menezes e Roberto Mancini, atual campeão da Eurocopa com a seleção italiana, além de ter realizado cursos pelo velho continente, assumiu então, após dois anos da passagem pelo time francês, o comando técnico do seu time da juventude.

O trabalho, até o momento, não desperta admiração por parte da torcida.
Seus metodos são bastante questionáveis.

O “Pilhado”

Desde a apresentação até a famosa preleção do jogo contra o América/MG fora de casa, saltou aos olhos o fato de Sylvinho ser bastante “pilhado”.

Agitado, dedos incessáveis com uma caneta, falando em tom forte, confiante, passando a impressão que sabia exatamente onde estava pisando.

Estreou com derrotas e uma eliminação precoce na Copa do Brasil, já acendendo um sinal de alerta.

Fez bom Derby na casa do adversário, mas desde os primeiros jogos já ficava clara uma de suas características: Mexia pouco durante as partidas.

Durante a pandemia, a regra das substituições sofreu alteração. Ao invés de três, seriam possíveis até cinco substituições durante as partidas.

No entanto, raramente Sylvinho as utiliza.
Na partida de ontem, por exemplo, foram feitas três alterações, sendo que a primeira, saída no intervalo de Gabriel para a entrada de Gustavo Mosquito, foi para corrigir um erro cometido por si mesmo.

Essa também é uma tônica do trabalho do comandante corinthiano.
A cada partida uma tentativa diferente.

Ontem, em casa, com quase 40.000 pessoas no estádio e jogando contra o time mais frágil do campeonato, optou pela entrada de um volante de marcação contra uma Chape que mal passou da linha central.

Entre as mudanças, quando o time se encontra em desvantagem no placar, costuma empilhar atacantes, como foi contra Sport e São Paulo.

Corinthians de Sylvinho pode ir além ?

Quando Sylvinho parece caminhar para um crescimento, sempre aparece um revés inesperado que dá a impressão de que o trabalho regride à estaca zero.

Ficou 10 partidas sem derrota, perdeu para o Sport na zona do rebaixamento.
Venceu o Fluminense na Neo Química Arena, perde um Majestoso sem sequer incomodar o adversário.

Sylvinho arrisca. Como arriscou e ganhou com Cantillo sozinho na volancia contra o Palmeiras, como colocou Du Queiroz em algumas partidas na lateral direita mesmo tendo um jogador da posição à disposição.

Sylvinho, por exemplo, barra as subidas de Fágner, exímio lateral apoiador e libera Fábio Santos, mais velho e mais defensivo.

Escala Vitinho em Porto Alegre, mas quando todos pensavam que poderia pintar um 4-4-2, o garoto aparece como um legítimo ponta esquerda, escancarando a sua inflexibilidade em mudar o esquema tático.

Entre muitas mudanças e poucas variações táticas, Sylvinho segue no cargo.
Se haverá reavaliação, apenas a diretoria pode responder no final da temporada.

Porém, com competições de alto nível se avizinhando, manter um treinador inexperiente e que parece ler o jogo com certa lentidão poderá acarretar em grandes danos para as pretenções de 2022.

Mas também poderá trazer lições importantes para Sylvinho enfim caminhar no sentido da evolução.

A sua e de sua equipe.

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