Em uma noite de futebol horrível, Sylvinho disse que o mau início de jogo acabou custando caro para o Corinthians. O São Paulo venceu por 1×0 a partida realizada no Morumbi.
“Todo mau momento durante uma partida de futebol se paga, paga caro. Tivemos os primeiros dez minutos com uma dificuldade da qual todos nós entendemos, não é só uma questão de rotação, não, é uma questão de duas ou três jogadas agudas do São Paulo, tínhamos isso claro em estratégia de jogo, sabíamos que o Reinaldo tinha passagem forte e chegamos a treinar isso. Foram dez minutos que o adversário esteve melhor que nós, e isso custa bastante. Qualquer momento da partida em que você esteja um pouco abaixo, pode custar caro”.
Falta repertório à equipe?
Questionado sobre a previsibilidade do futebol praticado pelo Corinthians, e sobre as substituições quase sempre iguais, o técnico não concordou que o time seja previsível.
“Com relação a construção, parte sim, tivemos uma dificuldade maior. O adversário vai tirando suas possibilidades. Ele vai cortando linha de passe, tirando jogador que faz a primeira parte do jogo. Mas não, longe do time ser previsível, pelo contrário, estamos buscando esse time, está aberto o cenário. Trocas de atletas têm ocorrido, com características diferentes, haja visto que era o Jô na frente e Róger do lado. Nesse tripé de meio de campo Giuliano e Renato têm dado bastante para a gente em nível técnico, a presença do Cantillo, também. Em outro momento foi Gabriel”.
O comandante complementou dizendo que “não espera que o Corinthians entre em campo e ter uma performance de fazer quatro ou cinco gols”, mas “está buscando a performance do time”.
Mais um jogo com poucos chutes a gol
Nas partidas recentes, além de apresentar um futebol bem abaixo do esperado, o time de Sylvinho tem finalizado muito pouco. Na derrota contra o Sport, por exemplo, a equipe acertou apenas um chute no gol. Nesta segunda (18) finalizou mais, mas basicamente não ofereceu perigo ao gol de Volpi.
“Parte dela é essa primeira construção, o adversário te tira, passa a linha, temporiza e vai marcar no seu espaço. Nós também muitas vezes fazemos isso, são estratégias, o jogo é muito equilibrado e difícil. Sim, melhorá-la, é nossa função, nosso papel, não estamos contentes, queremos buscar melhor performance, melhor momento dos atletas, vamos buscar soluções para os próximos jogos já”.
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Estratégia limitada?
Desde que chegou, Sylvinho raramente deixa ambos os laterais subirem e isso tem gerado cada vez mais questionamentos por parte da torcida e da imprensa. O próprio treinador, quando jogava, defendia e apoiava bastante.
“Não quero entrar no mérito tático do jogo, estratégico, mas o São Paulo por não ter externos, a nossa saída toda não estava no Cantillo, ele estava sendo tirado de campo, o Benítez marcava o Cantillo. Sabíamos que eram os laterais, Du Queiroz e Fábio, que iam dar essa saída, essa construção de jogo. E num segundo estágio teriam mais facilidade, com o São Paulo não tendo externo. Como Fagner já fez, Fábio tem duas ou três assistências, Fagner já passou do meio campo e dá assistência, não há problema. Mas são defensores. Se eu quiser atacante, eu ponho o GP ali, tem Gustavo e Adson. Temos muitos externos.
Mas, apoiados por laterais desse nível, com Fábio e Fagner, eles se soltam. E o jogo pedia, entendíamos que parte da estratégia era essa. Du fez muito bem. Fábio com característica diferente apoiou bastante do lado esquerdo, mas o adversário foi tirando algumas possibilidades”.
A falta de evolução, mesmo com a chegada de reforços, e também a falta de resultados mais satisfatórios vêm colocando mais e mais pressão no trabalho de Sylvinho. Ele ainda conta com muito crédito com a torcida por conta de seu tempo como jogador, mas precisa mostrar mais serviço como treinador. E rápido.